“Eu não acredito nisso, mas…”: As superstições dos empreendedores portugueses
No dia do "azar", perguntámos aos empreendedores portugueses o que fazem para chamar a sorte nos momentos decisivos. Dos que acreditam e seguem à risca rituais aos mais céticos, fica a ideia. Há azar?
A caneta da sorte para assinar um novo contrato, uma peça de roupa como amuleto ou um hábito herdado dos avós, podem ser variadas as formas de chamar a sorte — ou afastar o azar — quando a situação assim merece. Nesta sexta-feira dia 13, dia de azar por excelência, o ECO quis saber quais são os truques utilizados por alguns empreendedores portugueses para canalizar toda a boa sorte ou, se essas coisas da sorte e do azar não são para eles.
“Pessoalmente acho que não há nada que dê mais sorte do que motivação e espírito positivo”, conta Cristina Fonseca, co-fundadora da Talkdesk. A engenheira de telecomunicações, que criou a startup que cria call centers em cinco minutos admite, no entanto, que a sorte faz-se de muita coisa. Mas há dias em que parece falta. “Era ponto assente: se havia coisa para correr mal, isso acontecia sempre à sexta-feira. Coincidência ou não, era quando queríamos sair que as coisas se precipitavam”, afirma.
Pelo sim…
Rafic Daud, co-fundador da marca de sapatos 100% portugueses Undandy, sente que mais do que sorte ou azar, “acreditar em algo, é suficiente para criar um condicionamento psicológico suficiente e as coisas acontecerem”. Ainda assim, não descora o elemento sorte e traz já dos tempos de estudante uma superstição curiosa: “Tento sempre, no dia anterior a uma decisão importante jogar à bola. Mais do que um processo físico, é um processo psicológico de libertação.”
O hábito do futebol vem de 1996, ano em que Rafic fez o exame nacional de matemática para acesso ao ensino superior: “Lembro-me que joguei à bola no dia antes do exame de matemática e parti o pé. Foi um desespero. Fui para o exame de canadianas e era o exame mais importante que tinha até à data.” O pé partido ajudou e acabou por ter a segunda nota mais alta do país.
“Desde então tenho vindo a manter sempre que possível, às vezes estou no estrangeiro não é possível, o ritual de antes de tomar uma grande decisão jogar à bola.”
As tradições dos desportos, que vemos quando os jogadores entram em campo e se benzem ou beijam o chão, também se podem transportar para o dia-a-dia — ou para a vida empresarial. Assim fez o responsável pelo projeto “Às de Copos”, Miguel Tojal : “Se estiver a pensar nisso, é sempre o pé direito à frente”.
Antigo jogador de rugby e frequente jogador de futebol, Miguel exportou o hábito de entrar em campo com o pé direito. Em relação ao azar e à fama do dia de hoje, Miguel não teme: “Eu gosto da sexta-feira 13, para mim até é um dia de sorte!”
A confiança é, segundo Lara Vidreiro, uma sorte que se constrói, e o ponto de partida para que tudo corra… bem. Para isso, a cofundadora da startup Chic By Choice, de aluguer de vestidos de luxo, tem o mantra no guarda-roupa: os vestidos, peça de eleição, são o garante de que vai tudo correr… bem. Pelo menos, no que depender dela. “Acredito que a preparação é fundamental e dá muito mais sorte do que um vestido como amuleto. Mas sinto-me confortável de vestido e isso dá-me confiança. Ainda que isso não seja uma superstição”, garante.
Pelo não…
Para Luísa Almeida, a sorte é muito importante, “mas sem trabalho não serve para nada”. A fundadora da empresa de cabazes biológicos Quinta do Arneiro não acredita que as superstições ou os amuletos tenham impacto no negócio. E ainda bem para ela: “Se tivesse algum objeto da sorte, esquecia-me sempre de o levar”, avalia.
Já para Miguel Ribeiro, responsável da Zomato para o mercado europeu, a superstição não é uma questão de dias específicos. “Provavelmente, será uma superstição hereditária, que a minha avó me passou. Cada vez que colocam dinheiro (ou uma carteira) numa cama, ou sapatos, peço para tirar logo, porque a minha avó dizia que dava azar. O mesmo se passa quando vejo chinelos ou sapatos em casa, virados com a sola para cima. Ou ainda com o cruzar de apertos de mão”, confessa, em conversa com o ECO.
Entre apertos de mão e negócios fechados, Pedro Oliveira, cofundador da empresa de ofertas de trabalho em tecnologia landing.jobs, não tem dúvidas: depois da sorte — e dos bons resultados — não falta um brinde de comemoração, sem nunca cruzar as pernas enquanto brinda. Afinal… a sorte faz-se.
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