Desafios da gestão de pessoas na era Covid

  • Filipa Xavier de Basto
  • 6 Outubro 2020

Para empresas com uma cultura focada na proximidade, o distanciamento foi sem dúvida a maior dificuldade, com a consequente entrega atempada do trabalho ao cliente, com o mesmo rigor e qualidade.

Focámo-nos na manutenção da cultura empresarial, em estimular e impactar as equipas com o “nosso ADN” de alta confiança e em trabalhar a motivação dos colaboradores, num cenário de pandemia, em que todos se isolaram nas suas casas.

Nos últimos meses, todos enfrentámos novos desafios e uma nova realidade, os gestores não foram exceção. Tivemos de adaptar processos de trabalho, aprender a trabalhar e a gerir equipas à distância.

Para empresas com uma cultura focada na proximidade, o distanciamento foi sem dúvida a maior dificuldade – conseguir manter a motivação, o foco e a produtividade das nossas equipas -, com a consequente entrega atempada do trabalho ao cliente, com o mesmo rigor e qualidade.

No caso concreto da nossa equipa, o primeiro grande receio dos nossos líderes versava essencialmente sobre o foco e a produtividade das equipas de trabalho e o modo como tudo poderia funcionar à distância. Rapidamente percebemos que, com o nosso parque informático, rede, servidores e todas as demais ferramentas online, como as plataformas Teams e Zoom, conseguíamos ser altamente produtivos e, em muitos casos, até mais produtivos, pois não havia lugar a horas infindáveis de deslocações, no trajeto habitual de casa-trabalho, trabalho-casa.

Nesse sentido, focámo-nos na manutenção da cultura empresarial, em estimular e impactar as equipas com o “nosso ADN” de alta confiança e em trabalhar a motivação dos colaboradores, num cenário de pandemia, em que todos se isolaram nas suas casas. Começámos a trabalhar, e rapidamente disponibilizámos um manual de teletrabalho com dicas úteis para ajudar as pessoas a organizarem o seu dia-a-dia numa nova rotina, em que várias “profissões” se misturavam, principalmente para quem tinha filhos pequenos. As reuniões diárias de ponto de situação eram importantes para o controlo da produtividade, contudo a reunião semanal de meia hora – para falarem sobre tudo o que não fosse trabalho – foi fundamental para se manterem as ditas “conversas de corredor”, que acontecem sempre em ambiente de escritório e que tanto aproximam as pessoas.

O papel dos diretores e managers de equipa foi essencial. Houve claramente assimetrias, porque nem todos estes líderes estavam preparados para gerir as equipas à distância e as características individuais de cada um, os seus próprios medos e receios, ou ausência deles foram ingredientes fundamentais para o sucesso do nosso trabalho e consequente satisfação dos clientes. Pessoas motivadas, o sucesso é garantido. Com mais ou menos turbulência, todas acabaram por sair vencedoras mas destaco claramente uma equipa que se evidenciou desde o primeiro dia, que nunca baixou os braços, altamente interessada em querer perceber tudo o que eram as novidades regulamentares do Governo, para melhor servir os clientes. Esta vitória deve-se a todos os seus elementos mas, em particular, ao seu líder, que é uma pessoa que vive e sente claramente a nossa cultura empresarial, que se apresentava nas reuniões de equipa literalmente com a camisola da empresa, e que teve sempre uma atitude positiva perante este flagelo que nos atingiu a todos.

Destaco igualmente o papel de cada CEO das empresas do grupo, com olhares atentos, sem nunca descurar a comunicação clara, mantendo as portas sempre abertas a todos e em casos específicos atuando preventivamente para que as pessoas não fossem tomadas pelo “medo”.

Esta nova realidade, trouxe novas formas de trabalhar, maior confiança entre as pessoas, entre as equipas e acima de tudo maior autonomia.

*Filipa Xavier de Basto é founding partner do Grupo Your.

  • Filipa Xavier de Basto

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