Confiança dos consumidores diminui em setembro, mas a dos empresários aumenta
Depois dos sinais de recuperação, a confiança dos consumidores diminuiu em setembro, mantendo-se "num patamar próximo nos últimos três meses". Já o clima económico manteve a subida iniciada em maio.
A confiança dos consumidores diminuiu em setembro, interrompendo a recuperação registada nos últimos meses, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Ao mesmo tempo, o indicador que mede a confiança dos empresários aumentou ligeiramente.
“Em setembro, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu, permanecendo num patamar relativamente próximo nos últimos três meses, após a recuperação parcial observada em maio e junho”, refere o INE, sinalizando que o indicador ainda se encontra “significativamente abaixo dos níveis pré pandemia”.
De acordo com a análise do gabinete de estatísticas, o indicador de confiança dos consumidores recuou 26,6 em setembro, face aos -25,3 registados em agosto, situando-se ainda assim acima do trambolhão registado em abril, mês marcado pelo confinamento decretado para travar a propagação da pandemia do novo coronavírus.
Para esta diminuição contribuíram negativamente as “perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país e, em menor magnitude, a evolução negativa das perspetivas da situação financeira do agregado familiar e as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar“, sinaliza o INE. Ao mesmo tempo, “em sentido contrário, as expectativas relativas à realização de compras importantes registaram um contributo positivo”, refere.
Quanto ao indicador do clima económico, que mede a confiança dos empresários, aumentou ligeiramente em setembro. Este indicador “aumentou entre maio e setembro, de forma ligeira no último mês, após ter atingido em abril o valor mínimo da série”, adianta o INE. Nesse sentido, o indicador situa-se nos -0,1, acima dos -0,2 registados em agosto.
Os resultados dos inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores divulgados esta terça-feira pelo gabinete de estatísticas revelam que, “em setembro, os indicadores de confiança aumentaram na construção e obras públicas e nos serviços, tendo diminuído na indústria transformadora e, de forma ligeira, no comércio”.
No caso da construção e das obras públicas, o aumento resultou do contributo positivo de ambas as componentes, ou seja, das “apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego”, nota o INE, acrescentado que a melhoria verificou-se “apenas na divisão de “Engenharia Civil”, que recuperou das perdas acumuladas desde o início do ano”.
Ao passo que nos serviços, as opiniões sobre a atividade da empresa, apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas e as perspetivas sobre a evolução da procura registaram um contributo positivo para o indicador de confiança do setor, tendo “esta última componente recuperado quase a totalidade das reduções acumuladas em março e abril”.
Em contraste, o indicador de confiança do comércio diminuiu ligeiramente “interrompendo o perfil ascendente observado entre maio e agosto”, devido às “apreciações relativas ao volume de stocks e das perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses”.
Sentimento económico continua em recuperação lenta na zona euro
O indicador de sentimento económico manteve, em setembro, a trajetória de recuperação na zona euro após quedas acentuadas relacionadas com a Covid-19, mas a uma velocidade mais lenta, devido ao “pessimismo cada vez maior” da indústria e serviços.
As estimativas da Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros (DG ECFIN) da Comissão Europeia, divulgadas também esta terça-feira, revelam que, “em setembro de 2020, a recuperação do Indicador de Sentimento Económico continuou, embora a uma velocidade um pouco mais lenta”, tanto na zona euro, como na União Europeia (UE).
Tendo por base inquéritos às empresas e aos consumidores, os dados da DG ECFIN mostram que o indicador de sentimento económico subiu 3,6 pontos na zona euro para 91,1 e 3,4 pontos na UE para 90,2. “O indicador, em ambas as regiões, recuperou até agora quase 70% das perdas combinadas de março e abril”, observa aquele organismo.
A justificar esta recuperação mais lenta está, de acordo com o DG ECFIN, o “pessimismo cada vez maior na indústria, comércio retalhista, construção e, em particular, nos serviços”, contrabalançando com um aumento da confiança por parte dos consumidores.
Por país, o indicador de sentimento económico recuperou particularmente em Itália (+8,4), França (+5,8), Países Baixos (+2,1), Espanha (+1,6) e Alemanha (+1,2).
No que toca ao Indicador de Expectativas de Emprego, o DG ECFIN fala numa subida pelo quinto mês consecutivo (+2,3 pontos para 91,8 na zona euro e 2,4 pontos para 91,8 na UE).
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