Europa gasta fortuna com máscaras. Portugal pagou quase 200 milhões para se proteger da Covid-19
Nos primeiro semestre, a UE importou 14 mil milhões de euros em máscaras. Luxemburgo foi o país que mais gastou per capita: 121 euros por habitante, ou seja, cerca de seis vezes mais do que Portugal.
A pandemia do novo coronavírus criou uma nova necessidade: o uso de máscara. Se a maioria dos países europeus decretou o uso obrigatório de máscara em locais fechados ou transportes públicos, há já países a tornarem a sua utilização obrigatória até em espaços ao ar livre. Esta necessidade levou a que as importações destes equipamentos de proteção individual disparassem 1.800% para os 14 mil milhões de euros. Portugal gastou quase 200 milhões de euros, o equivalente a 19 euros por habitante.
Nos primeiros seis meses deste ano, o valor das importações de máscaras faciais para fora da União Europeia (UE) cresceu drasticamente, passando de 800 milhões de euros para 14 mil milhões de euros, segundo os dados divulgados pelo Eurostat. Trata-se de um aumento de 1.800% face a igual período do ano passado.
Tal como seria de esperar, os Estados-membros com maior população são aqueles que importaram mais máscaras. Nesse sentido, a Alemanha lidera como o país do bloco comunitário com mais importações deste equipamento de proteção individual, totalizando 4.402 milhões durante o primeiro semestre de 2020. Seguem-se França (3.431 milhões) e Itália (1.720), sendo que este último país foi o mais fustigado pela pandemia a nível europeu na primeira vaga da doença e, por isso, o Governo italiano anunciou que vai impor o uso obrigatório de máscara, inclusivamente ao ar livre, até janeiro de 2021.
Quanto a Portugal, o país situa-se em 12.º lugar, ou seja, a menos de metade da tabela, tendo importado 197 milhões de máscaras até junho. Em contraciclo, Chipre, Malta e Estónia foram os países que menos máscaras importaram, totalizando sete, nove e 14 milhões de importações, respetivamente.
Portugal 19 euros por habitante com as máscaras
Contudo, se é verdade que os Estados-membros da UE com uma grande população importaram mais máscaras faciais do que os Estados com uma população mais pequena, certo é que quando se analisa as importações per capita há diferenças assinaláveis entre os Estados.
É o caso do Luxemburgo, que, com uma política governamental de distribuição nacional de máscaras faciais, “teve de longe a maior importação per capita de máscaras faciais”, sinaliza o Eurostat. Contas feitas, a aquisição deste equipamento de proteção individual custou aos cofres do Luxemburgo 121 euros por habitante. Este montante é quase quatro vezes superior à medida da UE, que se situa nos 33 euros por pessoa.
Além disso, o montante é também mais dobro do que o Governo belga e alemão gastaram (53 euros por habitante), países que ocupam a segunda e a terceira posição da tabela do gabinete de estatísticas europeu.
Quanto a Portugal, o país surge exatamente a meio da tabela, com uma despesa de 19 euros por habitante. Ou seja, o Governo português gastou cerca de seis vezes menos por habitante do que o governo do Luxemburgo. No polo oposto da tabela, isto é, os países que menos gastam em máscaras por residentes está a Bulgária (três euros), seguida da Grécia (seis euros) e da Croácia e Suécia (ambas sete euros).
A quem a UE importa máscaras?
De acordo com o Eurostat, a China foi o principal exportador, garantindo 92,3% do stock de máscaras a nível europeu durante o primeiro semestre de 2020. Trata-se de um aumento de 30% face a igual período do ano passado.
Segundo nota o gabinete de estatísticas europeu, à exceção de Hong Kong os outros seis principais importadores da UE perderam terreno. Até junho, apenas o Vietnam e Hong-Kong forneceram mais de 1% do total das importações de máscaras faciais da UE.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Europa gasta fortuna com máscaras. Portugal pagou quase 200 milhões para se proteger da Covid-19
{{ noCommentsLabel }}