Oito mais ricos têm a mesma riqueza que metade da população mundial
Estudo da Oxfam alerta para a disparidade da distribuição da riqueza, referindo que os oito homens mais ricos do mundo têm a mesma riqueza que 3.6 mil milhões de pessoas em conjunto.
Apenas oito empresários possuem o mesmo montante de riqueza que metade da população mais pobre do mundo. A revelação é feita num estudo da Oxfam que é hoje divulgado em antecipação do Fórum Económico de Davos que reúne entre terça e sexta-feira, a elite política e empresarial do mundo.
De acordo com a confederação internacional contra a pobreza, Bill Gates (antigo patrão da Microsoft), Amancio Ortega (fundador da Inditex), Warren Buffett (maior acionista da Berkshire Hathaway), Carlos Slim (proprietário do grupo Carso), Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Facebook), Larry Ellison (Oracle) e Michael Bloomberg (da agência de informação económica e financeira Bloomberg) acumulam a mesma riqueza que o total de 3,6 mil milhões de pessoas.
O estudo “Uma economia para 99%”, publicado hoje pela Oxfam, revela que o rendimento dos 10% mais pobres do mundo aumentou 3 dólares, em termos anuais, entre 1988 e 2011, ao mesmo tempo que os rendimentos dos 1% mais ricos cresceu 182 vezes, a um ritmo de 11.800 dólares por ano. A análise da confederação internacional contra a pobreza, diz ainda que desde 2015, 1% dos mais ricos possuem mais riqueza do que o resto do mundo, referindo que os novos dados disponíveis, sobretudo da China e da Índia, permitem concluir que “o gap entre ricos e pobres é muito maior do que se temia”.
De acordo com a organização, o ritmo a que os mais ricos acumulam cada vez mais riqueza poderia dar mesmo lugar ao primeiro “trilionário” do mundo no espaço de apenas 25 anos. “Com essa concentração de riqueza, esta pessoa necessitaria de gastar um milhão de dólares por dia durante 2.738 anos para gastar toda a sua fortuna”, segundo a Oxfam.
É com base nestes dados que a Oxfam pede aos líderes mundiais que se encontram em Davos nos próximos dias para fazer mais no sentido de dar um fim à disparidade.
A organização propõe que os governos aumentem os impostos tanto das grandes fortunas como dos rendimentos mais altos, que cooperem no sentido de garantir que os trabalhadores recebam um salário digno e que coloquem um travão na evasão e fraude fiscais de modo a reduzir ao mínimo os impostos sobre a população.
Além disso, a Oxfam recomenda que os governos apoiem as empresas que operam em benefício de seus trabalhadores e da sociedade e não só no interesse dos acionistas e que assegurem que as economias sirvam de forma equitativa mulheres e homens.
De acordo com a organização, as mulheres sofrem maiores níveis de discriminação no âmbito do trabalho e assumem a maior parte das funções não remuneradas, realçando que ao ritmo atual, serão necessários 170 anos para que a igualdade salarial entre homens e mulheres seja atingida.
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