Gás natural usado para produzir eletricidade bate recorde histórico em outubro
Em termos acumulados, o consumo de gás natural para abastecimento das centrais termoelétricas registou ao final do mês de setembro um crescimento de 7% face ao ano anterior.
A REN – Redes Energéticas Nacionais revelou esta segunda-feira que o consumo de gás natural para abastecimento das centrais termoelétricas do sistema nacional atingiu, a 16 de outubro, o valor diário mais elevado de sempre, com 136,5 GWh. Este valor ultrapassa o anterior máximo, registado a 17 de agosto de 2017, com 134,5 GWh, revelam os dados da REN
Já em termos acumulados, o consumo de gás natural para abastecimento das centrais termoelétricas registou ao final do mês de setembro um crescimento de 7% face ao ano anterior.
Já o Boletim de Eletricidade Renovável da APREN, relativo a setembro, revela que neste mês a energia fóssil foi responsável pela maioria (58%) da eletricidade produzida em Portugal, como gás natural a dominar como principal origem da energia elétrica (36%), seguido nas fósseis pelo carvão (12,7%) e pela cogeração fóssil (9%). Do lado das renováveis (42% da eletricidade gerada), dominou a eólica (18%) e a hídrica (15%), e só depois a biomass (6,4%) e a solar (2,8%).
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o gás natural foi responsável por 26% da eletricidade produzida no país, ainda assim abaixo da energia hídrica (28%). Até setembro, as renováveis foram responsáveis por 61% da eletricidade gerada e 39% teve origem em energias fósseis.
A REN tinha já dado conta que em setembro o consumo de gás natural em Portugal disparou 13,3% por comparação com o período homólogo. Isto porque, com a saída do carvão do mix energético nacional, o gás natural foi mais utilizado para produzir energia elétrica (mais 19,5% em setembro). No segmento convencional, que engloba os restantes consumos de famílias e empresas a subida foi de 8,4%.Ainda assim, diz a REN, “no consumo acumulado do ano, o registo é negativo em 1,5%, com o segmento convencional a apresentar uma variação negativa de 6%, enquanto o segmento de produção de energia elétrica ganhou 6,9%.
Este cenário explica-se, respetivamente, com o forte abrandamento da economia portuguesa por causa da pandemia de Covid-19, o que levou empresas e indústrias a consumirem muito menos gás, e com a quase paragem das centrais a carvão de Sines e do Pego, que obrigou as centrais a ciclo combinado a trabalharem mais.
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