Portugal bate recorde de novos casos de Covid-19. Há mais 13 países em máximos
Portugal ultrapassou pela primeira vez as três mil novas infeções diárias esta quinta-feira. Trata-se de um novo recorde, Mas outros 13 países também registam novos máximos.
A pandemia de Covid-19 continua a fazer vítimas um pouco por todo o mundo e nem o reforço das medidas tomadas por diversos governos tem travado eficazmente a propagação do novo coronavírus. Esta quinta-feira, Portugal voltou a destacar-se pela negativa, ultrapassando pela prmeira vez a barreira das três mil novas infeções diárias. Mas não é caso único, há, pelo menos, mais 13 a baterem sucessivos recordes.
Ao todo, só nas últimas 24 horas, foram registados mais de 193 mil novos casos de infeção por Covid-19 em todo o mundo, segundo a atualização feita esta quinta-feira à noite pelo WorldOmeter, um site de monitorização ao minuto dos dados da Covid-19. Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde detetou 3.270 novos casos de Covid-19, um novo máximo, e a ministra da Saúde antecipa “que este número de casos vá aumentar ao longo dos próximos dias”.
Além de Portugal, há mais 13 países que, por estarem numa situação mais grave, ou por terem populações numericamente superiores, também registaram novos recordes.
Espanha bate recorde de casos com quase 21.000 infeções nas últimas 24 horas
Meses depois do confinamento geral, Espanha tornou-se um dos países da Europa mais afetados pela pandemia, tendo sido, esta semana, o primeiro país da Europa a ultrapassar a marca de um milhão de casos. Esta quinta-feira o país “vizinho” registou 20.986 novas infeções, atingindo um novo máximo de casos diários. O Ministério da Saúde espanhol deu também conta de 155 óbitos causados pela doença.
Confrontado com o aumento de casos, o ministro espanhol da Saúde afirmou que este é um motivo de “muitíssima preocupação”. Salvador Illa adiantou ainda, em conferência de imprensa citado pelo El País (acesso livre, conteúdo em espanhol), que o país tem de estar preparado para enfrentar “semanas muito duras” e que a “segunda vaga em Espanha e na Europa não é uma ameaça, é uma realidade. Há uma transmissão comunitária em muitos lugares”. Desde o início da pandemia, Espanha contabiliza já 1.026.281 infeções por Covid-19, sendo que mais de 34 mil pessoas morreram vítimas da doença.
França bate novo recorde no dia em que alarga recolher obrigatório
Depois de Espanha, França é o país da União Europeia mais fustigado pela pandemia. Nas últimas 24 horas, o país reportou 41.622 novas infeções pelo coronavírus, um novo máximo, e 165 mortes, segundo o jornal Le Figaro (acesso livre, conteúdo em francês). Face ao aumento significativo de casos registado nos últimos dias, o Governo francês anunciou que o recolher obrigatório vai ser alargado a mais 38 departamentos de França a partir de sábado, abrangendo 46 milhões de pessoas.
Aquando do anúncio, o primeiro-ministro francês invocou uma progressão “rápida e muito preocupante da pandemia” no país, que se traduziu num aumento numa semana de 40% da taxa de incidência (casos confirmados por 100.000 habitantes) para os atuais 251. O recolher obrigatório vigora entre as 21h00 e as 6h00 e está atualmente em vigor em algumas das grandes cidades, como Paris, Ruão, Lille, Saint-Etienne, Lyon, Grenoble, Montpellier, Marselha e Toulous. O Executivo estará ainda ponderar alargar o estado de emergência sanitária até fevereiro do próximo ano. As autoridades francesas contabilizam quase um milhão de casos de Covid-19 desde o início da pandemia (999.043 até ao momento), sendo que mais de 34 mil pessoas morreram vítimas da doença.
Itália com o maior número de casos diários desde o início do surto
Se no início da pandemia, Itália foi considerada o epicentro da pandemia na Europa, agora tem conseguido travar de forma mais eficaz uma segunda vaga. Contudo, os números têm crescido nos últimos dias. Esta quinta-feira, Itália registou 16.079 novas infeções pelo coronavírus, segundo o balanço do Ministério italiano da Saúde, citado pelo The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês). Trata-se do maior aumento diário desde que o surto foi detetado no país, tendo ultrapassado o anterior máximo de 15.199 novos casos, registados na quarta-feira.
Face ao aumento de novos casos, o Governo italiano proibiu as festas e celebrações em espaços fechados ou abertos com mais de seis pessoas (mesmo dentro de casa) e decretou o uso obrigatório de máscara na via pública. Ao mesmo tempo, os bares e restaurantes, que devem fechar à meia-noite, estão proibidos de servir bebidas alcoólicas a clientes que se tenham sentado depois das 21h00. Até o momento, Itália contabiliza já 465.726 casos da doença, sendo que 36.968 morreram vítimas da doença.
Autoridades belgas identificam mais de 13 mil casos num só dia
A Bélgica registou esta quinta-feira 13.227 novas infeções pelo novo coronavírus. Trata-se do registo mais elevado desde o início da pandemia, segundo a RTBF. Há ainda a lamentar mais 50 óbitos nas últimas 24 horas. Com este cenário, a Bélgica apaga o declínio aparente de quarta-feira e aumenta para 75% a subida média semanal.
Nas últimas 24 horas, foram registados 421 internamentos hospitalares na Bélgica, número que não era alcançado desde o dia 10 de abril. Esta quinta-feira, a ministra belga dos Negócios Estrangeiros e antiga primeira-ministra deu entrada nos cuidados intensivos, tornando-se o rosto visível do número crescente de hospitalizações na Bélgica.
A incidência média acumulada nos últimos 14 dias por 100.000 pessoas na Bélgica é de 927,9 casos, próxima dos 975,8 da República Checa, o país da União Europeia (UE) mais afetado pela segunda onda do novo coronavírus, de acordo com o boletim de quarta-feira do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças. A Bélgica, que impôs um recolher obrigatório entre as 00h e as 5h, contabiliza já 253.386 infeções e 10.539 mortes por Covid-19.
Alemanha regista mais de 11 mil infeções em 24 horas
A Alemanha contabilizou 11.287 novas infeções por Covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo diário no país desde o início da pandemia, segundo os dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto de Saúde Pública Robert Koch e citados pela Lusa. Com este registo, a Alemanha ultrapassa o anterior recorde, de sexta-feira passada, em que tinham sido identificados 7.830 casos.
Se numa primeira fase, a Alemanha se destacou por uma gestão bem sucedida da primeira vaga da doença, nas últimas semanas tem assistido a um forte aumento das infeções causadas pelo vírus SARS-CoV-2, que provocada a doença do novo coronavírus, tal como tem sucedido em vários países europeus. Perante o agravamento da situação, as autoridades alemãs reforçaram as medidas contra a pandemia, com Berlim a impor o uso de máscara em algumas ruas mais frequentadas. Nesse contexto, no sábado a chanceler alemã pediu aos cidadãos para reduzirem ao máximo os convívios sociais, mantendo-se em casa. “O que será o inverno, o que será o nosso Natal, será decidido nos próximos dias e nas próximas semanas”, advertiu Angela Merkel. No total, a Alemanha regista 380.762 pessoas infetadas por Covid-19 e quase dez mil óbitos.
Países Baixos com mais de nove mil casos diários
Pelo segundo dia consecutivo, a Holanda registou esta quinta-feira um novo máximo de infeções diárias pela Covid-19. Nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde identificaram 9.271 novos casos e 46 óbitos resultantes da doença, segundo os números divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Pública holandês, citados pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).
Os Países Baixos entraram há cerca de uma semana em “confinamento parcial”, que inclui o encerramento de bares e restaurantes, para tentar travar a propagação da pandemia de Covid-19 no país. “Vamos entrar num confinamento parcial. Vai doer, mas é a única solução. Precisamos ser mais rígidos”, disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutt, aquando do anúncio. Desde o início da pandemia, a Holanda contabiliza 262.405 casos de infeção por Covid-19 e 6.919 de mortes pelo novo coronavírus.
Dinamarca em recorde planeia novas restrições
Também esta quinta-feira, a Dinamarca registou um recorde de 760 novos casos diários de Covid-19, numa altura em que o Governo planeia apertar as restrições para conter a propagação do vírus. “Podemos precisar de novas restrições e esperamos que venham num futuro próximo. Estou cada vez mais preocupada. A epidemia está a espalhar-se rapidamente na Europa, que é agora o epicentro da epidemia”, afirmou a primeira-ministra, Mette Frrederiksen, citada pela Lusa.
Tal como sucede com vários países europeus, a Dinamarca tem reportado um aumento significativo de novos casos nos últimos dias. Esta segunda-feira, as autoridades identificaram 450 novos casos, enquanto na quarta-feira os números atingiram os 630. Caso a curva não se inverta em “dois ou três dias”, o Governo pretende reforçar e introduzir novas restrições, anunciou na terça-feira o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, que não se abstém de “qualquer restrição ou regra mais estrita”. Em cima da mesa estará a redução do número de pessoas que podem estar reunidas e a ampliação do uso obrigatório de máscara. No total, a Dinamarca (excluindo a Gronelândia e Ilhas Faroé) registou 37.763 contaminações e 694 mortes, em 5,8 milhões de habitantes.
República Checa regista quase 15 mil novos casos
Considerada um exemplo na primeira fase da pandemia, a República Checa não tem sido poupada a esta segunda vaga, tendo batido sucessivos recordes nos últimos dias. Só nas últimas 24 horas, a República Checa identificou mais 14.968 novos casos, um novo recorde diário, segundo a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).
O país, que está a testemunhar um dos maiores aumentos de novos casos na Europa, prepara-se para fechar a maior parte do comércio e impor novas restrições para controlar a pandemia. Desde março, as autoridades checas já registaram 208.915 casos e 1.739 mortes devido ao novo coronavírus.
Croácia, Eslovénia e Bósnia batem recorde de novos casos num só dia
Esta quinta-feira, a Croácia registou o maior aumento de novas infeções diárias por Covid-19, tendo contabilizado 1.563 novos casos nas últimas 24 horas. Segundo a Reuters, quase metade foram detetados em Zagreb, onde os números quase duplicaram face ao balanço anterior. A capital registou um máximo de 705 novas infeções em comparação com as 337 infeções do dia anterior. Com cerca de qutro milhões de habitantes, a Croácia registou, até ao momento, 29.850 casos e 406 mortes.
A situação foi semelhante na vizinha Croácia que atingiu 1.663 casos nas últimas 24 horas, um novo máximo. Ao mesmo tempo, com cerca de 3,3 milhões de habitantes, a Bósnia contabilizou um recorde de 999 novas infeções, elevando o número total de casos no país para 37.314, com 1.051 mortes.
Polónia com mais de 12 mil casos num só dia. Governo prepara restrições
Também a Polónia atingiu esta quinta-feira o número máximo de novos casos. Foram registadas 12.107 infeções, mais 2.067 do que o recorde de quarta-feira, e morreram 168 pessoas, nas últimas 24 horas. Com o número de novas infeções a duplicar em apenas três semanas, o Executivo polaco prepara-se para anunciar mais restrições, Segundo o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês), o Governo prepara-se para decretar o uso obrigatório de máscaras em todos os espaços públicos ao ar livre, criar novos limites para o número de pessoas permitidas em lojas e transportes públicos e fechar academias e piscinas. As medidas deverão entrar em vigor no sábado. A Polónia, com 38 milhões de habitantes, tem um total acumulado de 214.686 infeções.
Pelo segundo dia consecutivo, Ucrânia bate novo máximo de casos
A Ucrânia registou esta quinta-feira um recorde diário de 7.053 infeções por Covid-19, ultrapassando o anterior recorde de 6.719 novos casos registados na quarta-feira, de acordo com o Conselho de Segurança Nacional ucraniano citado pelo The Guardian.
Há ainda a contabilizar mais 116 mortes devido à doença, sendo que também no dia anterior o país tinha atingido o número máximo de mortes num dia (141). Neste contexto, Assim, a Ucrânia conta com um total acumulado de 322.879 infeções e 6.719 mortes.
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