Europa já tem acordos para comprar 1.105 milhões de vacinas contra a Covid-19
No espaço de apenas um mês, a Comissão Europeia assinou cinco contratos com várias farmacêuticas que totalizam a aquisição de 1.105 milhões de doses de potenciais vacinas contra a Covid-19.
“Promessa dada é promessa honrada”, diz o ditado. A Comissão Europeia comprometeu-se a “trabalhar incessantemente” para fornecer aos europeus uma vacina segura e eficaz contra a Covid-19. E, por isso, o executivo comunitário tem-se desdobrado em negociações com as várias farmacêuticas na “corrida” ao desenvolvimento da vacina. No espaço de um mês, foram realizados cinco contratos que totalizam a aquisição de 1.105 milhões de potenciais vacinas contra a Covid-19. E há a promessa para mais.
O “pontapé de saída” na aquisição de vacinas para fazer face à pandemia foi dado com a Sanofi. Ao todo, são 300 milhões de doses de uma futura vacina da farmacêutica francesa contra a Covid-19 destinada à União Europeia (UE). O acordo foi assinado a 31 de julho, sendo que esta operação será financiada pelo Instrumento de Apoio de Emergência, tal como acontecerá com os restantes quatro contratos assinados desde então.
Menos de 15 dias depois, a 13 de agosto, a instituição liderada por Ursula von der leyen anunciaria um novo contrato, desta vez com a Johnson & Johnson. Neste caso, a Comissão Europeia avançou com o direito de comprar inicialmente 200 milhões de doses de vacinas, sendo que poderá ainda adquirir mais 200 milhões caso se prove que vacina é “segura e eficaz”. A confirmar-se serão 400 milhões de vacinas para os 27 Estados-membros da UE.
Seguiu-se a alemã CureVac que, segundo explicou a presidente da Comissão Europeia aquando do anúncio, “beneficiou anteriormente de financiamento da UE para produzir uma vacina na Europa”. Assim, o acordo fechado a 18 de agosto permite a aquisição de 225 milhões de doses de vacina contra a Covid-19. De acordo com o executivo comunitário, o este contrato proporciona “a todos os Estados-Membros da UE a possibilidade de adquirirem a vacina, bem como de fazer doações aos países de baixo e médio rendimento ou de a redirecionar para países europeus”.
Cinco dias depois era a vez da farmacêutica Moderna, que chegou a acordo com Bruxelas para a compra antecipada de 80 milhões de doses de vacina. Segundo a Moderna, o potencial acordo com a Comissão Europeia prevê ainda a possibilidade de comprar outros 80 milhões de doses adicionais, totalizando 160 milhões de unidades desta vacina, adiantou a empresa, em comunicado.
Esta vacina, que tem demonstrado resultados promissores, está na terceira fase de testes desta vacina começou em finais de julho, com o recrutamento de 30.000 participantes e a farmacêutica norte-americana espera conclui-lo em setembro. Segundo revelou o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), esta vacina experimental poderá custar entre 42,6 a 51,1 euros por tratamento aos Governos, isto é, 21,3 a 25,6 euros por dose.
Mais recentemente, esta quinta-feira, a Comissão Europeia chegou a acordo com a AstraZeneca para a compra antecipada de 300 milhões de doses de uma futura vacina. Tal como aconteceu com a a Moderna, este acordo também prevê a aquisição de mais 100 milhões de doses caso a vacina seja considerada segura e eficaz.
Contas feitas, através destes cinco contratos, a Comissão Europeia já garantiu o fornecimento de 1.105 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aos Estados-membros do “Velho Continente”, número que ascende a 1.485 milhões de vacinas se consideradas as opções que são deixadas em aberto nos contratos. Do primeiro lote de vacinas, Portugal avançou com a compra de 6,9 milhões de doses, que poderão começar a chegar em dezembro deste ano.
A União Europeia, o Reino Unido e outros parceiros europeus contam vacinar contra a Covid-19 cerca de 40% da população dos seus países numa primeira fase, segundo a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês). Este objetivo é o dobro da meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que prevê vacinar apenas 20% da população mais vulnerável de cada país. Certo é que vários especialistas defendem que pelo menos 70% da população deve ter anticorpos para prevenir um surto.
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