Pandemia acelerou e-commerce em dois anos. Espanhóis “muito satisfeitos” com Correos em Portugal
A Correos Express Portugal estima que a pandemia tenha acelerado o negócio do e-commerce em Portugal para níveis "que se esperavam apenas dentro de um ou dois anos". Espanhóis estão "satisfeitos".
Mais de um ano depois de lançarem a empresa em Portugal, com a compra de 51% da Rangel Expresso, os espanhóis da Correos estão “muito satisfeitos” com a evolução do negócio das encomendas no país. “Desde o arranque da parceria, tivemos um crescimento de três dígitos na nossa atividade, em comparação com o mesmo período do ano anterior”, afirma ao ECO Juan Hermida, diretor-geral da Correos Express Portugal.
O gestor explica a tendência com o “aumento do comércio eletrónico”. Atualmente, Portugal representa 40% do negócio, enquanto Espanha pesa 36% na Correos Expresso Portugal. Os restantes 24% correspondem à atividade internacional. “Acreditamos que, no futuro, o maior crescimento se faça sentir em Portugal. É esperado nos próximos anos um crescimento no e-commerce”, salienta Juan Hermida.
A empresa pública espanhola Correos anunciou em março de 2019 a compra de 51% da empresa portuguesa Rangel Expresso, por 11,2 milhões de euros. A 10 de abril desse ano, anunciou o lançamento da Correos Express Portugal, com o objetivo de entregar 35 milhões de encomendas de ou para Espanha em cinco anos.
Questionado acerca desta meta, Juan Hermida responde com boas perspetivas: “Estamos num bom ritmo dentro da meta estabelecida e estamos a lançar uma base sólida, necessária para um projeto desta magnitude. Automatizámos as instalações do Porto e Lisboa”, remata. E sublinha: “Para janeiro de 2021, está prevista a implantação de diversas melhorias tecnológicas, que irão melhorar a experiência dos clientes e destinatários.”
A Correos Express Portugal não revela quanto dos quatro milhões de euros que previa investir nos primeiros três anos da “parceria”. “Estamos muito próximos do valor inicial que tínhamos previsto, sobretudo no que diz respeito a investimentos em automação e tecnologia”, aponta o gestor.
Pandemia acelerou e-commerce em dois anos
Já sobre o efeito da pandemia no negócio, Juan Hermida assinala que a Covid-19 “teve um grande impacto” nos hábitos sociais. “As compras online têm vivido um crescimento exponencial em Portugal chegando mesmo a valores que se esperavam apenas dentro de um ou dois anos”, salienta.
“Numa primeira fase, sentimos uma quebra de vendas devido ao sentimento de medo generalizado na sociedade mundial, que levou a uma rápida diminuição do consumo. Uma vez ultrapassado este período inicial, as vendas, maioritariamente as provenientes do comércio eletrónico, voltaram a aumentar até chegarem a volumes nunca vistos e só comparáveis a períodos como os da Black Friday ou mesmo o Natal”, explica.
Com efeito, a pandemia levou a que fossem atingidos níveis de encomendas que, ao ritmo anterior, apenas seriam alcançados “dentro de quatro a seis anos”. “Esta pandemia veio impulsionar ainda mais esta tendência de digitalização em Portugal e em todo o mundo”, reforça, reconhecendo que a atual crise “ajudou esse mercado a amadurecer”. Atualmente, segundo o diretor-geral, a Correos Express Portugal emprega “direta e indiretamente mais de 550 famílias”.
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