Do recolher obrigatório ao confinamento parcial, Europa protege-se do vírus

Com o número de pessoas infetadas a disparar, os países vão tomando medidas mais drásticas para travar a evolução da pandemia. Isto é o que está a ser feito na Europa.

Um pouco por toda a Europa, são vários os países que já adotaram medidas mais drásticas para combater a evolução da pandemia. À medida que o número de pessoas infetadas com a doença vai subindo, batendo-se recordes diários de novos casos, os Governos vão adotando novas restrições para tentarem controlar a escalada de casos que ameaçam os sistemas de saúde. Veja o que já está a ser feito nos países do Velho Continente.

Espanha decreta recolher obrigatório entre as 23h e as 6h

Depois de Espanha ter atingido um novo máximo de novos casos de infeção, o primeiro-ministro espanhol admitiu na passada sexta-feira que a situação era “grave”, reiterando ser necessário adotar medidas que causassem “o menor dano possível à economia”. Assim, no domingo, Espanha passou do estado de alarme para o estado de emergência, e com isso vieram novas medidas.

O estado de emergência vai durar 15 dias, mas o Governo de Pedro Sánchez quer estendê-lo até abril do próximo ano. Uma das consequências deste estado de emergência foi a imposição de um recolher obrigatório em todo o país das 23h às 6h da manhã. No entanto, os Governos regionais poderão mudar ligeiramente este período, atrasando ou adiantando em uma hora.

Espanha registou esta quarta-feira 19.765 novos casos de infeção, elevando para 1.136.503 o total de infetados no país. As autoridades sanitárias contabilizaram mais 168 mortes atribuídas à doença, passando o total de óbitos para 35.466. A região de Madrid é a mais atingida desde o início da pandemia e tem atualmente 301.493 pessoas infetadas.

Itália encerra piscinas, ginásios, teatros e cinemas

Decidida a tentar travar o aumento do número de casos de coronavírus no país, o Governo italiano anunciou no domingo o encerramento de piscinas, ginásios, teatros e cinemas a partir desta segunda-feira, bem como o fecho às 18h dos bares e restaurantes. Este anúncio foi feito após várias horas de negociação com as regiões italianas que pretendiam ajudas para os proprietários de bares e restaurantes.

Estas medidas vão durar até 24 de novembro, tendo os italianos de continuar a usar máscara em todos os momentos — uma medida obrigatória — recomendando-se que sejam evitadas as visitas em casa. O Governo não decretou a proibição da deslocação entre regiões, mas recomendou às pessoas que “não se desloquem, por meio de transporte público ou privado, a um município que não seja o de residência”.

O endurecer das medidas em Itália surge depois do aumento exponencial de casos no país, tendo sido registado esta quarta-feira um novo máximo diário de novos casos: 24.991 infetados nas últimas 24 horas, elevando para 276.457 o número de casos ativos. O coronavírus já provocou a morte de 37.905 pessoas no país, 205 das quais nas últimas 24 horas.

Bélgica antecipa recolher obrigatório para as 22h

As autoridades de Bruxelas decidiram no sábado antecipar da meia-noite para as 22h o recolher obrigatório imposto no país, tendo ainda ordenado o encerramento das lojas às 20h. O anúncio foi feito pelo ministro presidente da região, Rudi Vervoort, uma decisão que vai além das adotadas na sexta-feira pelo Governo belga e que inclui ainda a proibição de atividades culturais e desportivas a partir de segunda-feira.

O país decretou a 16 de outubro recolher obrigatório e, face ao evoluir da situação, o Governo belga decidiu antecipar a hora de permanecer em casa. “A situação é muito grave”, disse Rudi Vervoort em conferência de imprensa.

A Bélgica tornou-se no país europeu com mais casos por cada 100.000 habitantes, com uma taxa de 1.390,9. Esta quarta-feira o país registou mais de 12.000 novos casos de infeção, elevando para 347.289 o número total de pessoas infetadas. Desde que apareceu na Bélgica o coronavírus já provocou a morte de mais de 11 mil pessoas.

França impõe confinamento parcial

França decidiu voltar a confinar devido à pandemia. Emmanuel Macron anunciou esta quarta-feira que vai impor no país um confinamento parcial, uma medida adotada depois do forte aumento de novos casos de contágio nas últimas semanas. Assim, a partir desta sexta-feira, 30 de outubro, os franceses vão ser proibidos de circular entre regiões.

Os cidadãos vão poder sair de casa para trabalhar, prestar assistência familiar, ir a uma consulta médica ou mesmo para praticar exercício, mas devem procurar ficar nos seus lares para travar a propagação do vírus. E ficam proibidos os ajuntamentos fora do âmbito familiar. Para desincentivar a saída à rua, os estabelecimentos comerciais vão encerrar, assim como restaurantes e bares. Contudo, as escolas vão manter-se abertas.

Os dados mais recentes dão conta de mais de 33 mil novos casos de coronavírus em 24 horas, elevando para mais de 1,2 milhões o número de pessoas infetadas com a doença. Até ao momento o país regista mais de 35 mil vítimas mortais.

Alemanha encerra parcialmente durante um mês

O Governo alemão decretou esta quarta-feira, entre outras medidas, o encerramento parcial, durante quatro semanas, de restaurantes, bares e teatros devido ao elevado aumento de casos de coronavírus no país. Segundo a chanceler alemã, os poderes regionais concordaram com este encerramento ao longo de novembro, incluindo também a proibição da oferta cultural, mantendo, no entanto, e “enquanto for possível”, as escolas e o comércio abertos.

Merkel sublinhou que deverão ser limitados ao mínimo os contactos sociais e as reuniões entre pessoas que não convivem, adiantando que as restrições entrarão todas em vigor a 2 de novembro com o objetivo de “evitar uma emergência sanitária nacional” face ao avanço da pandemia. Por outro lado, prosseguiu, todas as competições desportivas profissionais decorrerão sem púbico a partir de segunda-feira.

Com cerca de 83 milhões de habitantes, a Alemanha registou esta quarta-feira mais 27 vítimas mortais devido ao coronavírus, elevando para mais de 10.000 o número total de pessoas que morreram com esta doença. O país tem atualmente mais de 463.000 pessoas infetadas.

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