Lisboa tem as casas mais caras. Mas no Seixal os preços dispararam 20%
Como tem sido habitual, Lisboa continua a ter as casas mais caras do país. Contudo, foi no Seixal onde os preços mais subiram no segundo trimestre: 20,4%.
As habitações vendidas durante a pandemia custaram, em média, 1.187 euros o metro quadrado, o equivalente a uma subida de 9,4% face ao ano passado. Mas houve algumas cidades cujo valor mediano foi bem superior. Lisboa continua a receber o título de cidade com as casas mais caras do país, com o metro quadrado a superar os 3.450 euros. Contudo, foi no Seixal onde os preços mais dispararam.
A pandemia veio trazer uma desaceleração no ritmo de crescimento dos preços das casas no segundo trimestre, mas, ainda assim, houve municípios a contornarem esta tendência. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quinta-feira mostram que Lisboa continua a ser a cidade mais cara do país para comprar casa: o valor mediano do metro quadrado está nos 3.450 euros, uma subida de 6,2% face ao ano passado.
Ainda dentro dos municípios com mais de 100 mil habitantes, Cascais e Oeiras também ocupam a liderança das zonas mais caras para morar. Nestas duas cidades os preços estão nos 2.786 euros/m2 e 2.378 euros/m2, respetivamente. O Porto aparece imediatamente atrás com um valor mediano de 2.083 euros por metro quadrado, o equivalente a uma subida de 11,6% face ao ano passado.
Pelo contrário, Barcelos e Santa Maria da Feira, mais a norte, aparecem como os municípios (com mais de 100 mil habitantes) com as casas mais baratas: 877 euros/m2 e 899 euros/m2, respetivamente.
Seixal “tem vindo a mudar de escala”
Numa análise por evolução dos preços, o destaque vai para o Seixal. Esta cidade em Setúbal apresentou a maior subida dos preços das casas no segundo trimestre: 20,4% para um valor mediano de 1.345 euros por metro quadrado. De acordo com os dados cedidos pelo INE ao ECO, entre abril e junho foram realizados 769 contratos de arrendamento no Seixal.
Os números da Century 21 (C21) “não corroboram” este “aumento tão expressivo”, diz o CEO da imobiliária. Ao ECO, Ricardo Sousa afirma, contudo, que “há várias zonas da Margem Sul — o Seixal em particular — que têm vindo a mudar de escala”. “São zonas em que tem havido uma forte aposta na regeneração dos espaços urbanos, com uma vida própria muito ativa e dinâmica, e em que a qualidade de vida dos espaços mudou de escala”.
O responsável detalha que tem havido mais reabilitação de edifícios e o segmento médio e médio-baixo “tem vindo a desaparecer”. “Esse segmento é cada vez menor. As pessoas que estão a sair de Lisboa e de outras zonas à procura de outro tipo de zonas e de imóveis mais em conta começam a encontrar ali”, diz.
Além disso, Ricardo Sousa acrescenta que “as transações que se estão a registar são de imóveis de maiores dimensões, como T3 e T4”. “Aqueles imóveis muito baratos, edifícios muito antigos, deixaram de existir. Estão a registar-se transações de um valor médio superior porque é a procura que existe”.
Ainda nas maiores subidas, de acordo com o INE, estão Sintra e Odivelas com aumentos de 15,9% (1.364 euros/m2) e 15,7% (1.987 euros/m2), respetivamente. Os aumentos mais irrisórios foram observados no Funchal (2,2% para 1.581 euros/m2) e em Coimbra (3,5% para 1.342 euros/m2).
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