Lucros do BCP recuam 46% para 146,3 milhões até setembro
Reforço "expressivo" das imparidades para fazer face à crise da pandemia levou o banco a lucros de 146,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 46% em termos homólogos.
O BCP registou lucros de 146,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Trata-se de uma descida de 45,9% face ao mesmo período do ano passado, devido ao reforço “expressivo” das imparidades para fazer face à pandemia.
Foi um resultado “influenciado pelo reforço expressivo das imparidades, num contexto de pandemia de Covid-19”, explica o banco em comunicado enviado ao mercado.
Em conferência de imprensa, o CEO Miguel Maya reiterou a mudança de abordagem do banco: “Passamos de um modo de crescimento para um modo de proteção do balanço”, disse, sublinhando que a preocupação tem sido “adaptar o negócio à crise”.
Todos os bancos estão a reforçar provisões e as imparidades para responder aos tempos de incerteza provocada pelo surto. No BCP, as imparidades para o crédito subiram 25% para 374 milhões de euros, com Miguel Maya a revelar que o banco tem feito uma análise cliente a cliente, “muito granular”, no sentido de verificar as condições de cumprimento do crédito.
O banco diz ainda que o resultado consolidado foi condicionado pelo reforço das provisões extraordinárias constituídas para fazer face ao risco legal associado aos créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira pela subsidiária polaca, que ascendeu a 67,2 milhões de euros.
Do ponto de vista do negócio, a margem financeira (diferença entre juros pagos nos depósitos e os juros recebidos pelos créditos) estabilizou nos 1.150 milhões de euros — “bastante estável”, disse Miguel Maya –, enquanto o produto bancário registou um decréscimo de 3% para 1.687,8 milhões de euros. As comissões caíram 1% para 518 milhões, com o CEO a destacar a resiliência do banco neste capítulo.
Do lado dos custos, o banco diz ter a rubrica controlada. O BCP é “um dos bancos mais eficientes da zona euro, com cost to core income em base comparável de 48%”, salienta.
Em relação ao ativo, tanto os depósitos como os empréstimos aumentaram. Os recursos de clientes de balanço aumentaram 5,2% para 64,5 mil milhões de euros. O crédito líquido aumentou 3,4% para 53,9 mil milhões de euros. O crédito a empresas significou 89% do crescimento do crédito performing, à boleia das linhas de crédito Covid com garantias públicas, revelou Miguel Maya na apresentação das contas.
Na qualidade do crédito, um indicador cada vez mais relevante em tempos de crise económica, o rácio de NPE (exposições não produtivas) caiu cerca de dois pontos percentuais, para 6,5% no final de setembro. O rácio de NPL a 90 dias caiu para 3,5%, o mais baixo “em muitos anos”, segundo o CEO do banco.
Quantos aos rácios de solvabilidade, o rácio total fully implemented manteve-se nos 15,7%.
(Notícia atualizada às 17h24)
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