Conselho Científico de França prevê várias vagas no inverno e primavera

  • Lusa
  • 2 Novembro 2020

Segunda vaga da pandemia que a Europa enfrenta atualmente não deverá ser a última, podendo haver “vagas sucessivas até ao final do inverno” e na próxima primavera, alerta governo francês.

A segunda vaga da pandemia de Covid-19 que a Europa enfrenta atualmente não deverá ser a última, podendo haver “vagas sucessivas até ao final do inverno” e na próxima primavera, alertou o Conselho Científico do Governo francês.

“Temos, portanto, muitos meses pela frente com uma situação extremamente difícil”, prevê o órgão encarregado de assessorar o Governo francês.

O aviso foi agora divulgado, mas está datado de segunda-feira, 26 de outubro, dois dias antes do anúncio do Presidente francês, Emmanuel Mácron, sobre a imposição de um novo confinamento para combater os contágios da segunda vaga de Covid-19.

“É muito difícil prever quanto tempo vai durar a segunda vaga, porque depende do próprio vírus, do clima, das medidas que serão tomadas para limitar a circulação do vírus, da aceitação dessas medidas e, consequentemente, do seu impacto”, escreve o Conselho Científico.

“Podemos colocar a hipótese de sairmos da segunda vaga no final do ano ou no início de 2021. Essa saída deve ser acompanhada por um regresso da circulação do vírus a um nível bastante controlado (5.000 a 8.000 novos contágios por dia, no máximo)”, refere a entidade.

Ao anunciar um confinamento até pelo menos 01 de dezembro, o Presidente francês, Emmanuel Macron indicou que o objetivo era atingir “cerca de 5.000” casos de contágios por dia, contra as 40.000 a 50.000 infeções diárias que se registam atualmente.

Qualquer que seja o sucesso das medidas implementadas, provavelmente “não será suficiente para evitar outras vagas”, avisa o Conselho Científico, que recomendou ao Governo a adoção do novo confinamento.

“Podemos assim ter várias vagas sucessivas durante o final do inverno e primavera de 2021, dependendo de diferentes elementos: estado do tempo e nível e eficiência operacional da estratégia testar/detetar/isolar (os casos positivos)”, acrescenta.

Os governos na Europa vão, por isso, deparar-se com “vagas sucessivas de ressurgimento” da epidemia “até à chegada das primeiras vacinas e/ou de tratamentos”, o que poderá só acontecer no segundo trimestre de 2021, adianta o Conselho.

A gestão dessas vagas sucessivas pode ser feita de diferentes maneiras.

Uma das formas é “uma estratégia do tipo liga/desliga”, ou seja, uma alternância entre períodos de restrições (para limitar a circulação do vírus) e períodos de relaxamento.

“Isso é possível a longo prazo? Será que os franceses aceitarão tal estratégia? é economicamente viável? As perguntas foram colocadas, mas ainda não foram respondidas”, admite o Conselho Científico presidido por Jean-François Delfraissy.

Outra estratégia é “manter o vírus numa taxa abaixo” do limite de cinco mil contágios por dia, com uma política de “suprimir a circulação viral”, como tem sido feito por “vários países asiáticos, pela Dinamarca, pela Finlândia, pela França e pela Alemanha”.

“Esta estratégia implica medidas fortes e precoces sempre que recomeçar uma epidemia”, recomenda o Conselho, segundo o qual esta é “a melhor forma de garantir a manutenção da atividade económica”.

A pandemia de Covid-19 já provocou quase 1,2 milhões de mortos e mais de 46 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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