Lucros do BPI caem 66%. Banco põe de lado 100 milhões por causa da pandemia

Imparidades de 100 milhões de euros levaram o BPI registar lucros de 85,5 milhões de euros até setembro, uma queda de 66% face ao mesmo período do ano passado.

O BPI registou lucros consolidados de 85,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 66% face ao mesmo período do ano passado, depois de ter registado imparidades de 100 milhões de euros por causa da pandemia.

O banco liderado por João Oliveira e Costa adianta que a atividade em Portugal teve um lucro de 47,4 milhões de euros entre janeiro e setembro, menos 69% em termos homólogos. No terceiro trimestre o lucro líquido em Portugal ascendeu a 41 milhões de euros (-38%), que levam o CEO a falar em “retoma muito positiva dos resultados com uma recuperação significativa no trimestre, apesar de se manter um contexto adverso“.

Em relação ao desempenho comercial, a margem financeira “manteve-se resiliente com uma subida de 1,4% para 330.8 milhões de euros, suportada pelo crescimento da carteira de crédito”, diz o banco. As comissões líquidas diminuem 7,8% em termos homólogos para 177,5 milhões, “reflexo ainda do abrandamento da atividade económica, e incluindo o impacto das medidas de apoio aos clientes implementadas pelo Banco, e reflexo da evolução dos mercados de capitais”.

Tudo somado, o produto bancário comercial em Portugal registou uma descida de -2,3% para 524,2 milhões.

"Os dados do terceiro trimestre refletem já uma retoma muito positiva dos resultados líquidos, com uma recuperação significativa no trimestre, apesar de se manter um contexto adverso.”

João Oliveira e Costa

CEO do BPI

Do lado do balanço, a carteira total de crédito a clientes (bruto) aumentou 861 milhões de euros em relação a dezembro 2019 (+3,5% desde o início do ano) para 25,24 mil milhões, “crescendo de forma transversal nos segmentos de crédito a particulares e a empresas”. No que diz respeito às empresas, à boleia das linhas Covid, o BPI observou um aumento de 4,3% para 9,9 mil milhões de euros.

Também os depósitos cresceram de forma expressiva, aumentando 9,9% em 2020, correspondendo a um aumento de 2,27 mil milhões de euros. João Oliveira e Costa fala “em confiança no banco” por parte dos clientes e também prudência e cautela em tempos de pandemia. Os recursos totais de clientes ascendem a 35,9 mil milhões de euros.

O banco destaca ainda a melhoria da qualidade dos ativos, registando, designadamente, o “melhor rácio NPE do setor financeiro em Portugal”. O rácio de exposição a ativos não produtivos desceu 0.6 p.p. desde início do ano para 1,9%. O rácio de Non Performing Loans (NPL) diminuiu de 3,1% em 2019 para 2,3%.

Em termos de rácios de capital, o BPI diz que cumpre “por margem significativa os rácios mínimos exigidos pelo Banco Central Europeu”: rácio CET1 de 13,9%, rácio Tier 1 de 15,4% e rácio de capital total de 17,1%

(Notícia atualizada às 11h20)

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