João Paulino assume assalto aos paióis de Tancos e conta pormenores
O arguido João Paulino contou em tribunal, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017.
O arguido João Paulino contou esta terça-feira em tribunal, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017, referindo desconhecer que material de guerra continham.
Na segunda sessão de julgamento que decorre em Santarém, o ex-fuzileiro relatou de uma forma cronológica, inclusivamente que foi numa noite de difícil visibilidade, como o assalto foi preparado e executado e no qual participaram os arguidos João Pais e Hugo Santos, tendo ilibado a participação do outro arguido – Valter Santos -, que chegou a confessar o crime no primeiro interrogatório.
Questionado sobre porque foram assaltados aqueles dois paióis [14 e 15], João Paulino afirmou: “Foi por acaso, fomos para o lado esquerdo e eram os que estavam mais junto à rede. Não sabia que material continham, mas eu fui militar e sabia que os paióis não têm ramos de rosas nem chupas chupas”.
O assalto, segundo Paulino, foi cometido na noite de 27 para 28 de junho de 2017 por ele próprio e pelos arguidos Hugo Santos e João Pais, após ter sido feito um primeiro reconhecimento aos paióis por parte dos arguidos Fernando Santos, António Laranginha e Gabriel Moreira, que desistiram de participar no furto.
João Paulino confessou que foi ele que cortou a rede, que João Pais tinha o dispositivo para arrombar fechaduras que Paulo Lemos lhe tinha sugerido e que Hugo Santos ficava a fazer vigilância.
O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-ministro da Defesa, o diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão que respondem por um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.
Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.
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