Cerca de 900 mil dos contadores de luz enviam leituras remotas
30% dos contadores de luz inteligentes instalados até agora estão a enviar leituras remotas, evitando assim o uso de estimativas, diz a ERSE.
Cerca de 30% dos três milhões de contadores de luz inteligentes instalados até agora (metade do total de contadores) estão a enviar leituras remotas, segundo a ERSE, evitando o uso de estimativas a aproximadamente 900.000 clientes em baixa tensão.
“Neste momento existem cerca de três milhões de contadores inteligentes instalados, o que corresponde a 50% do total”, disse à Lusa a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Daqueles três milhões, cerca de 30% (900.000) “estão já acessíveis remotamente, nomeadamente o serviço básico de leitura remota mensal, evitando com isso o uso de estimativas”, avançou o regulador da energia.
A instalação de contadores inteligentes aplica-se aos consumidores de eletricidade em baixa tensão – com potência contratada até 41,4 quilovoltampere (kVA), que se destina tipicamente a clientes residenciais, lojas, escritórios e pequenas empresas – e, segundo a ERSE, decorre em ritmos diferentes nos vários operadores de redes de distribuição no país.
Porém, a “mera instalação de contadores inteligentes não traz muitas alterações para o consumidor”, explicou a entidade.
Para que os clientes deixem de ter de comunicar as leituras dos seus contadores, é necessário integrar os novos contadores em sistemas de comunicação e tratamento de dados dos operadores.
“Em 2019, a ERSE, com o Regulamento dos Serviços das Redes Inteligentes de Distribuição de Energia Elétrica (RSRI), regulamentou os serviços a prestar pelos operadores no domínio das redes inteligentes e espera-se que, durante o ano de 2021, os desenvolvimentos dos sistemas internos dos operadores permitam iniciar a concretização desses serviços dum modo mais alargado”, apontou.
Segundo a entidade reguladora, o plano de substituição de contadores da E-REDES (antiga EDP Distribuição) – que começou em 2015 – envolve todo o território nacional, “mas, como os consumidores se concentram mais nas áreas metropolitanas, o esforço de substituição será maior aí”.
No caso das regiões autónomas, “a substituição iniciou-se através de pequenos projetos-piloto, quer nos Açores quer na Madeira, e os operadores estão a avaliar a forma de implementação generalizada destes contadores”, tendo já sido iniciado o processo de instalação na ilha de Porto Santo, na Madeira, acrescentou.
Já acerca das cooperativas elétricas, que representam, no conjunto, cerca de 30 mil clientes, o regulador disse que “uma parte já concluiu a instalação e outra tem o processo em curso ou ainda por iniciar”.
A ERSE lembrou que a substituição dos contadores é um “processo complexo”, que requer informação ao consumidor, e, frequentemente, a sua presença em casa para dar acesso ao equipamento.
No passado, disse, o ritmo normal de substituição de contadores era de cerca de 300 mil por ano, porém, atualmente, a substituição está a processar-se a um ritmo superior a 600 mil contadores por ano.
“Em diversos países europeus, a substituição de contadores alargou-se por alguns anos, o que permite otimizar as equipas de instalação, o processo de aquisição e a progressiva integração dos novos equipamentos nos processos comerciais dos operadores”, referiu.
A E-REDES, empresa do grupo EDP que mudou de nome por imposição da ERSE, anunciou que a partir de 25 de outubro passado, todos os novos contadores a instalar seriam já inteligentes.
A partir de 01 de janeiro de 2027, todos os contadores de eletricidade do país têm de ser de nova geração e permitir leituras remotas, de acordo com uma portaria publicada em Diário da República, em 10 de setembro.
“Não existiu uma decisão de instalação generalizada de contadores inteligentes (‘roll out’), pelo que a sua implementação decorre das melhores práticas da indústria pelos operadores”, explicou a ERSE, que acredita que o ritmo atual de substituição e instalação de contadores inteligentes “permite que os prazos da lei sejam cumpridos”.
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