AIE antevê subida “significativa” da produção de petróleo nos EUA
A subida de preço após o acordo da OPEP levará os produtores a aumentar de forma "significativa" a produção de petróleo nos EUA, antecipa o presidente da agência. Preços do petróleo recuam.
Desde que os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) acordaram baixar a oferta de petróleo, em novembro do ano passado, as cotações da matéria-prima dispararam 20%. A expectativa de que essa tendência altista dos preços do petróleo se prolongue no seguimento do acordo leva a Agência Internacional de Energia (AIE) a antecipar um incremento “significativo” da produção de petróleo nos EUA.
Cotações do petróleo desde o acordo da OPEP
Essa expectativa foi expressada por Fatih Birol, diretor executivo da AIE, numa entrevista concedida à Bloomberg TV esta quarta-feira, durante o encontro de Davos. De acordo com o responsável máximo pela agência que aconselha 29 nações a um nível de preços entre 56 e 57 dólares por barril, “fará perfeito sentido a muitos operadores dos Estados Unidos começar a produzir” petróleo de xisto.
"Fará perfeito sentido a muitos operadores dos Estados Unidos começar a produzir [petróleo de xisto].”
Os comentários de Birol à agência de notícias sugerem que a AIE se tornou mais otimista relativamente ao outlook de produção de petróleo da maior economia do mundo. No último mês, a agência sedeada em Paris afirmou esperar um estreitamento da produção de ouro negro nos EUA já que estimava uma subida apenas “marginal” da exploração de xisto em 2017. Na próxima quinta-feira, a AIE anuncia o seu outlook para o petróleo.
Perante a recente escalada das cotações, a exploração do petróleo tornou-se mais eficiente em termos dos custos da indústria, pelo que uma “grande fatia” do output global se tornou rentável a partir do intervalo de preços entre 50 a 55 dólares, por barril, já tinha afirmado Fatih Birol numa entrevista anterior também à Bloomberg. Na ocasião o responsável da AIE referiu o Brasil, o México e a China como exemplos de países onde também poderia ocorreu um disparo da produção. Existirá “muito mais” oferta no final de 2017 ou no início de 2018, afirmou Birol.
Na primeira semana deste ano já foi notório um incremento da produção de petróleo nos EUA. O output de crude subiu para 8,95 milhões de barris diários, o patamar mais elevado desde abril. Já o número de plataformas em atividade expandiu em 529, face à semana anterior, o que representa um aumento de 67% quando comparado com o mínimo de 316 registado em 2016.
As cotações do petróleo que até seguiam em alta, inverteram o rumo logo após a entrevista de Birol. O preço do ouro negro recua mais de 1% nos dois lados do Atlântico. O barril do brent transacionado no mercado londrino perde 1,33%, para os 54,73 dólares, enquanto o crude negociado em Nova Iorque cai 1,41%,para os 51,74 dólares.
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