Fundos nacionais registam maior fuga desde o resgate da troika
No ano passado, saíram em termos líquidos quase mil milhões de euros dos fundos de investimentos geridos pelas gestoras nacionais. Quase metade do dinheiro saiu da classe fundos do mercado monetário.
Em 2016, a indústria nacional de fundos de investimento perdeu brilho. Dados divulgados esta quarta-feira pela associação que agrega a maioria das gestoras nacionais de ativos (APFIPP), mostram que os fundos de investimento nacionais sofreram resgates líquidos próximos dos mil milhões de euros no ano passado. Trata-se do nível de saídas mais elevado desde 2011, ano em que Portugal pediu assistência financeira à troika.
No total, saíram dos fundos nacionais um total de 923 milhões de euros, em 2016. A fuga de dinheiro desta categoria de produtos financeiros superou mesmo a retirada registada em 2014, ano da queda do BES — saída de 874 milhões de euros dos fundos — e só não superou a verificada em 2011. No ano da chegada da troika, a Portugal os fundos de investimento nacionais perderam 2.625 milhões de euros de ativos.
A perda de ativos verificada no ano passado, resultou sobretudo da retirada de dinheiro dos fundos do mercado monetário. Em 2016, a classe de fundos do mercado monetário Euro registou resgates líquidos de 498 milhões de euros, uma fuga que resulta dos níveis historicamente baixos dos juros, mesmo negativos que tornou menos atrativa a aposta nestes produtos.
A contribuir para a retirada de dinheiro da indústria nacional de fundos esteve também a categoria de fundos de investimento alternativos do mercado monetário, onde ocorreu uma retirada líquida de 184 milhões de euros em ativos.
Para o mesmo bolo contribuiu também a saída de 271 milhões de euros, em termos líquidos, verificada na classe de fundos de investimento alternativos de obrigações.
O movimento de fuga de capitais da indústria de fundos lusa foi apenas travado em resultado da forte aposta nos fundos de curto prazo Euro. Esta classe de fundos que investe sobretudo em ativos de elevada liquidez — maioritariamente instrumentos do mercado monetário e depósitos bancários de elevada qualidade — cresceu em 414 milhões de euros de ativos ao longo dos 12 meses do ano passado.
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