Recuperação da atividade económica foi “mais lenta em setembro e outubro”, diz o INE
Após uma recuperação da atividade económica durante os meses de verão, a segunda vaga da pandemia está a penalizar a retoma. Foi mais lenta em setembro e outubro.
A economia portuguesa já está a reagir negativamente à segunda vaga do coronavírus. Após uma recuperação ao longo do terceiro trimestre, beneficiando do desconfinamento durante os meses de verão, a retoma desacelerou em setembro e outubro.
“Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses, a informação disponível revela um ritmo de recuperação da atividade económica mais lento em setembro e outubro“, revela o Instituto Nacional de Estatísticas, no relatório da Síntese Económica de Conjuntura, publicado esta quarta-feira.
O PIB real português registou uma redução homóloga de 5,7% no 3º trimestre, após a forte contração de 16,4% no trimestre anterior. No entanto, em comparação com o segundo trimestre de 2020, o PIB aumentou 13,3% em termos reais. Esta dinâmica acompanhou o endurecimento das restrições adotadas para combater a pandemia. Da mesma forma, quando o país voltou a recorrer ao teletrabalho, após o verão, a atividade voltou a ser penalizada.
“O indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, continuou a recuperar em setembro, mas a um ritmo mais lento que o observado desde maio, após ter registado o mínimo da série em abril. Por sua vez, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, já disponível para outubro, recuperou parcialmente nos últimos seis meses das fortes diminuições observadas em março e, sobretudo em abril, que originaram um novo mínimo da série”, explica o INE.
Já o indicador de confiança dos consumidores aumentou em outubro, permanecendo num patamar relativamente próximo nos últimos quatro meses após a recuperação parcial observada em maio e junho, mas ainda significativamente abaixo dos níveis pré-pandemia. A principal razão para esta evolução foram as perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país e, em menor escala, expectativas sobre a situação financeira do agregado familiar. Em sentido contrário, as expectativas relativas à realização de compras importantes registaram um contributo negativo.
No enquadramento externo da economia portuguesa, o indicador de sentimento económico da Zona Euro manteve-se inalterado em outubro, interrompendo a trajetória de recuperação iniciada em maio. “Esta estagnação refletiu a diminuição do indicador de confiança dos consumidores, assim como a deterioração da confiança nos serviços, enquanto na indústria, na construção e no comércio a retalho, os indicadores de confiança continuaram a aumentar”.
Na Zona Euro, o PIB em termos reais caiu 4,4% no terceiro trimestre de 2020, após uma quebra de 14,8% no trimestre anterior. Considerando a variação em cadeia, cresceu 12,6%.
(Notícia atualizada às 11h30)
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