Endividamento da economia atinge novo recorde de 739,9 mil milhões
Dívida acumulada por famílias, empresas e Estado aumentou em outubro pelo quarto mês seguido. O setor público foi o que mais agravou, enquanto as empresas diminuíram o endividamento.
O endividamento da economia subiu pelo quarto mês consecutivo em outubro. A dívida acumulada por famílias, empresas e Estado aumentou cerca de 1.859 milhões de euros naquele mês, tendo fixado um novo recorde de 739.884 mil milhões de euros, de acordo com dados do Banco de Portugal.
Desde março, quando a pandemia começou a afetar o país, o endividamento da economia portuguesa já agravou em 19,4 mil milhões de euros. Com a pandemia a afetar duramente a atividade económica, também o rácio do endividamento do setor não financeiro aumentou para 361,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
O surto de Covid-19 obrigou os vários governos a aumentarem a despesa pública com medidas de apoio às empresas e trabalhadores, como os programas de lay-off e linhas de crédito com garantias públicas, algo que também foi seguido pelo Governo português. Também a nível local várias autarquias do país avançaram com medidas de ajuda.
“Este aumento [do endividamento da economia] deveu-se integralmente ao acréscimo do endividamento do setor público. O incremento do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no crescimento do endividamento face ao setor financeiro (1,5 mil milhões de euros) e face às próprias administrações públicas (0,7 mil milhões de euros). Estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução do endividamento face ao exterior (0,2 mil milhões de euros)”, explica o Banco de Portugal.
Em outubro, o aumento do endividamento da economia registado foi causado sobretudo pela subida da dívida do setor público, que aumentou 1.913 milhões de euros para 337, 23 mil milhões. Em sentido contrário, no setor privado, que inclui empresas não financeiras e particulares, a dívida recuou ligeiramente para 402,65 mil milhões.
“O endividamento do setor privado praticamente não se alterou, com a redução do endividamento das empresas face ao setor financeiro (0,7 mil milhões de euros) a ser compensada pelo aumento do endividamento das empresas face ao exterior (0,4 mil milhões de euros), e pelo acréscimo do endividamento dos particulares perante o setor financeiro (0,2 mil milhões de euros)”, acrescenta.
Dívida da economia aumenta há quatro meses
Fonte: Banco de Portugal
(Notícia atualizada às 11h05)
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