Presidência portuguesa da UE tem a “grande responsabilidade” de lançar a retoma pós-Covid, diz presidente do PE ao ECO
David Sassoli diz que "sem demora, há que falar de recuperação". É essa, diz, a prioridade da presidência portuguesa da UE, tal como o reforço dos direitos sociais no espaço europeu.
O presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli (Partido Democrático, centro esquerda) diz que a Europa vive um momento “crucial”. “Continuamos a lutar contra a pandemia, com números de mortos e de contágios que em alguns países alcançam níveis do passado mês de março. Já se fala numa terceira vaga, ao mesmo tempo que os países da União Europeia começaram a vacinação quase ao mesmo tempo, num exercício exemplar de coordenação. Mas agora também, e sem demora, há que falar de recuperação“.
Na semana em que Portugal assumiu os comandos do Conselho da UE por seis meses, David Sassoli respondeu às perguntas do ECO, por escrito, sobre as suas expectativas e as questões que vão dominar o semestre.
Uma recuperação baseada no reforço do pilar social e que consolide a transição rumo a um novo modelo europeu: uma economia social, verde, digital, global e resiliente que não deixe ninguém para trás.
Sassoli sublinha que este ano arrancou ao mesmo tempo que entra também em vigor o “mais importante” quadro financeiro, o “orçamento mais social” da história da UE. Coincide com a presidência portuguesa da UE, cabendo-lhe por isso a “grande responsabilidade” de lançar as bases da recuperação pós-Covid.
Em relação às prioridades, o líder da instituição está em consonância com a presidência lusa do Conselho. “Uma recuperação baseada no reforço do pilar social e que consolide a transição rumo a um novo modelo europeu: uma economia social, verde, digital, global e resiliente que não deixe ninguém para trás”.
O político italiano defende que a saída e a recuperação da atual crise devem ser diferentes relativamente ao que aconteceu no passado. Agora, é necessário “uma União Europeia integradora, em que a coesão social e a luta contra a pobreza e contra a exclusão social sejam prioritárias”. Por isso, considera necessário reforçar o pilar europeu dos direitos sociais bem como a proposta da Comissão relativa à criação de um quadro europeu para salários mínimos na UE — prioridades que a presidência portuguesa tem previsto discutir durante uma Cimeira Social em maio, no Porto.
Se estou seguro de algo, é que a presidência portuguesa será um êxito.
Questionado sobre a possibilidade de Portugal conseguir, nos próximos meses, consolidar o projeto europeu lançando as bases de uma recuperação assente nos novos instrumentos financeiros (a ‘bazuca’ de ajudas formada pelo quadro financeiro plurianual e o fundo de recuperação) e nas campanhas de vacinação, Sassoli reconhece que “há muita expectativa” para os próximos meses que “serão chave para a gestão da crise e a recuperação”. E lembra que “é o momento de dar respostas imediatas aos pedidos dos cidadãos com ações concretas face à crise económica e à perda de empregos”.
No entanto, o italiano mostra-se otimista e confiante na capacidade lusa de levar a Europa a bom porto. “As prioridades estabelecidas pela presidência portuguesa estão dirigidas para a recuperação da economia social de que tanto necessitamos. Se estou seguro de algo, é que a presidência portuguesa será um êxito”.
“As presidências portuguesas têm sido muito importantes na história da União Europeia. Sempre contribuíram para o avanço rumo a uma Europa mais eficiente e eficaz, tanto na sua organização como no foco nas questões económicas e sociais e na forma como a Europa se relaciona com o mundo”.
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