Marcelo admite confinamento mais apertado devido à pressão nos hospitais
"Se for preciso reponderar medidas, o Governo terá o apoio do Presidente da República nem que seja como sinal para os portugueses", diz Marcelo Rebelo de Sousa, em visita ao Hospital de Santa Maria.
O agravamento da pandemia em Portugal — com recordes de novos casos e forte pressão nos hospitais — pode levar um endurecimento das medidas de contenção. A possibilidade foi admitida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que garantiu apoiar o Governo, se a decisão for aumentar as restrições. Sublinha, no entanto, que é uma avaliação feita a cada semana e que a evolução irá depender os portugueses.
“Se for preciso reponderar medidas, o Governo terá o apoio do Presidente da República nem que seja como sinal para os portugueses“, disse o chefe de Estado, em declarações transmitidas pelas televisões, após uma visita ao Hospital Santa Maria. O país está em estado de emergência, que será renovado no dia 29 de janeiro e em confinamento generalizado desde sexta-feira.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que há três que ou a sociedade cumpre as restrições, ou o Governo adota um fechamento maior como “sinal” à sociedade ou então haverá um “galope” nas próximas semanas que cause um estado de emergência e um confinamento “muito mais longos”. Sublinhou que “as pessoas têm de perceber, como perceberam em março, a gravidade da situação”. A avaliação terá de ser feita “semana a semana” e um possível agravamento das medidas “depende muito dos portugueses”, referiu.
No sábado, tanto o número de novos casos de Covid-19 como de mortos atingiu recordes, sendo que este domingo — apesar de estes indicadores terem recuado ligeiramente — continuaram a aumentar os internados (4.889 em todo o país), incluindo nos cuidados intensivos (um total de 647). O agravamento da situação nos últimos dias levou os hospitais a perto do limite. O Hospital de Santa Maria, por exemplo, viu a procura aumentar 70% em 15 dias gerando filas de ambulâncias com doentes à espera de entrar, enquanto o Garcia de Orta, por exemplo, apontava no sábado para um “cenário de pré-catástrofe”.
Apesar disso, os dados da mobilidade medidos pela consultora PSE mostram que no primeiro dia de confinamento obrigatório, sexta-feira, apenas 39,5% das pessoas ficaram em casa, contra 61% no primeiro dia de confinamento em março. “Há um problema de os portugueses olharem para a realidade e tenderem a facilitar, o que significa não levar a sério o confinamento”, alertou o Presidente e recandidato ao mesmo cargo. “É preciso compreender que esta situação não é crítica, é muito crítica”, acrescentou.
Vacinação de bombeiros será acelerada
Antes da visita ao Hospital Santa Maria, Marcelo Rebelo de Sousa esteve ao início da tarde o quartel dos Bombeiros Voluntários do Dafundo, em Oeiras, onde falou sobre o processo de vacinação numa altura em que os profissionais do setor reclamam não ter estar entre os primeiros para serem vacinados contra a Covid-19.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o Governo quer “acelerar o processo de vacinação” contra a Covid-19 de bombeiros por transportarem doentes de risco, o que os coloca ao mesmo nível que os profissionais do INEM.
Anunciou que falou com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, sobre o assunto, que o informou que os bombeiros serão vacinados em conjunto com as Forças Armadas e com as forças de segurança, nos chamados serviços essenciais. No entanto garantiu que o Governo quer “acelerar” o processo. “Há uma antecipação, neste sentido, há uma aceleração, na medida em que os lares estão a correr, mas há a ideia de fazer avançar. Agora é preciso ser indicado quais aqueles que têm prioridade”, reforçou.
Questionado se houve uma falha ou um lapso no plano de vacinação no que respeita aos bombeiros, Marcelo respondeu que “nesta matéria de definição de critérios tem havido por todos os países e por essa Europa fora a descoberta de situações que de alguma maneira surgiram no percurso e que não tinham sido totalmente antecipadas“. Esta situação surgiu “quando se deparou com uma realidade que é haver tarefas ou funções idênticas desempenhadas por estruturas diferentes e, portanto, merecem uma cobertura de risco também idêntica”, acrescentou.
(Notícia atualizada às 18h10)
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