Twitter transfere contas oficiais do governo para Joe Biden
@POTUS, @WhiteHouse, @FLOTUS e @VP são contas institucionais. Contas são transferidas para Biden sem os milhões de seguidores do presidente cessante, Donald Trump.
O Twitter vai transferir as contas oficiais do governo dos Estados Unidos da América para Joe Biden, assim que for empossado, mas sem os milhões de seguidores do presidente cessante, Donald Trump, anunciou a rede social.
‘@POTUS’, ‘@WhiteHouse’, ‘@FLOTUS’ e ‘@VP’ são contas institucionais e estão reservadas para uso oficial das administrações norte-americanas.
A rede social vai transferir as contas para Biden, de forma diferente da transição anterior, quando as contas oficiais do então presidente Barack Obama foram transferidas para o republicano Donald Trump, sem afetar o número de seguidores.
Desta vez, as contas podem perder dezenas de milhões de seguidores por ordem do Twitter.
A conta atual de Biden, ‘@PresElectBiden’, passará a ‘@POTUS’ depois da tomada de posse esta tarde.
De acordo com o diretor digital do presidente eleito, Rob Flaherty, a redefinição dos seguidores é “profundamente insuficiente”.
Na ótica do Twitter, a redefinição permite aos utilizadores seguirem ou não as novas contas.
Citada pela agência de notícias Associated Press (AP), a empresa disse que ainda não tomou uma decisão se, no futuro, adotará a mesma abordagem nas próximas transferências de poder.
Segundo o porta-voz Nick Pacilio, a redefinição de contas governamentais já é política nos outros países.
Entretanto, a conta ‘@POTUS’ de Donald Trump vai ser arquivada com a designação ‘@POTUS45’.
O Twitter era o principal instrumento de comunicação de Donald Trump, que tinha 88 milhões de seguidores naquela rede social.
Em 08 de janeiro, aquela rede social suspendeu de forma permanente a conta de Trump, citando os riscos de “nova incitação” à violência, dois dias depois de os seus apoiantes terem invadido o Capitólio.
A rede social tinha já eliminado vários ‘tweets’ do republicano, que contestou repetidamente a legalidade das eleições presidências, e suspendido a sua utilização durante 12 horas.
O Facebook e outras redes sociais também suspenderam por tempo indefinido o perfil de Donald Trump, alegando risco de violência durante a cerimónia de tomada de posse de Joe Biden, em 20 de janeiro. O YouTube suspendeu igualmente a conta de Trump por sete dias, na terça-feira.
As declarações do responsável do Twitter, que na semana passada suspendeu também, “de forma permanente”, 70 mil contas ligadas ao movimento conspiracionista ‘QAnon’, composto por muitos apoiantes do Presidente cessante, surgem em resposta às críticas feitas à empresa dentro e fora dos Estados Unidos.
A decisão do Twitter foi criticada por vários dirigentes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, que considerou “problemático” o encerramento das contas do Presidente cessante dos Estados Unidos por decisão das empresas.
“É possível interferir na liberdade de expressão, mas segundo os limites definidos pelo legislador e não através da decisão de uma empresa”, disse na segunda-feira o seu porta-voz.
O comissário europeu Thierry Breton também exprimiu “perplexidade” com a decisão “sem controlo legítimo e democrático”.
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