Recuperação da economia “interrompida” em novembro, mas dezembro foi melhor
O INE divulgou esta quarta-feira a síntese económica de conjuntura de dezembro e os números mostram que novembro foi o pior mês do quarto trimestre. Em dezembro houve uma melhoria.
A economia portuguesa registou em novembro, altura em que foi reintroduzido o estado de emergência, o seu pior mês desde que a recuperação arrancou em maio. Porém, as festividades de dezembro trouxeram uma maior atividade económica que levou a uma melhoria da economia no último mês do ano. Os dados constam da síntese económica de conjuntura de dezembro divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O gabinete de estatísticas começa por dizer que “a informação disponível para novembro e dezembro revela uma interrupção da recuperação parcial da atividade económica observada desde maio“. Ou seja, no seu conjunto, nestes dois meses registou-se uma interrupção do crescimento da economia portuguesa, após a desaceleração sentida nos meses anteriores.
Contudo, dezembro, em comparação com novembro — que foi o pior mês do quarto trimestre, de acordo com o INE –, registou melhorias, o que não deve estar alheio à atividade económica gerada pelas festividades. “Os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico aumentaram em dezembro face ao mês anterior“, escreve o gabinete de estatísticas, acrescentando que “o mesmo sucedeu com os indicadores de confiança na indústria transformadora, na construção e obras públicas e, de forma ligeira, no comércio“.
O indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, “aumentou ligeiramente” em dezembro, após ter interrompido em novembro a retoma observada desde maio.
O indicador de confiança dos consumidores também aumentou, após a diminuição registada em novembro, retomando o patamar “relativamente estável” em que estava desde junho. Segundo o INE, o aumento da confiança dos consumidores em dezembro é justificado principalmente pelo contributo positivo das perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país. Em menor grau, as opiniões e expectativas sobre a situação financeira pessoal e as perspetivas de realização de compras importantes também ajudaram.
Em dezembro, apenas a confiança dos serviços — o que inclui o turismo — é que continuou a tendência de diminuição. “A evolução do indicador resultou do contributo negativo das perspetivas sobre a evolução da procura, enquanto as apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas e as opiniões sobre a atividade da empresa registaram contributos positivos“, explica o INE, referindo que as maiores quedas verificaram-se nas “Atividades de Informação e Comunicação”, seguindo-se as secções de “Outras Atividades de Serviços”, “Transportes e Armazenagem” e ”Alojamento, Restauração e Similares”.
Na Zona Euro, a tendência foi semelhante. Em novembro houve uma diminuição da atividade económica e da confiança dos agentes económicos, mas com dezembro vieram melhores indicadores. O indicador de sentimento económico da Zona Euro aumentou no último mês do ano numa dimensão que “quase” compensou a diminuição registada em novembro. A confiança dos consumidores também aumentou em dezembro.
(Notícia atualizada às 11h31 com mais informação)
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