Portugal obtém 1.500 milhões com juro recorde. Dívida a 12 meses teve taxa de -0,522%

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP realizou esta quarta-feira uma colocação de bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses.

Portugal obteve juros ainda mais negativos para emitir dívida a seis e 12 meses, tendo mesmo atingido as taxas mais baixas de sempre nestas maturidades. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou um total de 1.500 milhões em bilhetes do Tesouro (BT), num leilão duplo realizado na manhã desta quarta-feira, tendo atingido o montante máximo indicativo.

No que diz respeito aos títulos com prazo mais longo, o país financiou-se em 750 milhões de euros em BT que atingem a maturidade a 21 de janeiro de 2022, com um juro de -0,522%. O último leilão de títulos com este prazo aconteceu a 16 de setembro e, na altura, Portugal tinha conseguido um juro de -0,497%.

Já nos BT com maturidade mais curta, a emissão desta quarta-feira foi de 750 milhões de euros e a taxa situou-se em -0,554%. Também esta caiu em relação aos -0,52% registados no último leilão comparável.

Em ambas as maturidades são mínimos históricos para o país, que reagem ao forte apetite dos investidores por dívida portuguesa. Nos bilhetes a 12 meses, a procura foi 2,55 vezes superior à oferta, o que significa um robustecimento face ao rácio de 1,86 no leilão de setembro. Já nos títulos a 6 meses, a procura superou a oferta em 1,97 vezes, abaixo das 2,36 vezes da última colocação.

Este é o primeiro leilão de dívida de curto prazo que o país realiza em 2021, sendo que a agência liderada por Cristina Casalinho tinha previsto emitir mais dívida com estas maturidades em novembro do ano passado e acabou por cancelar os leilões devido a um “ajustamento” às necessidades e à estratégia de financiamento.

Tal como no ano passado, Portugal continua a melhorar as condições de financiamento, com a ajuda das sucessivas medidas monetárias do Banco Central Europeu, bem como orçamentais de governos e entidades internacionais. No primeiro leilão de obrigações do Tesouro, na semana passada, o país atingiu um marco histórico ao financiar-se pela primeira vez a 10 anos com juros negativos.

Na estratégia para o ano, o IGCP prevê emitir 15 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro. Esse dinheiro irá servir não só para contribuir para as necessidades de financiamento do Estado (que totalizam 14 mil milhões de euros em 2021) como para reembolsar os investidores que têm títulos que atingem as maturidades em 2021: há 8.727 milhões de euros a devolver já em abril.

A agência liderada por Cristina Casalinho conta igualmente com 2,9 mil milhões de euros vindos da União Europeia e irá também tirar 6,7 mil milhões de euros que estão nos depósitos do Estado. As emissões de Bilhetes do Tesouro (BT) servirão apenas para reembolsar investidores de títulos antigos que atinjam as maturidades. Estes montantes poderão, no entanto, ter de ser ajustados devido à evolução da pandemia.

(Notícia atualizada às 10h55)

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