Cláudia da Cruz Almeida é sócia da Vieira de Almeida desde 2013, começando o seu percurso profissional na firma em 1999, enquanto estagiária. À Advocatus contou todos os pormenores do seu percurso.
Integrou a Vieira de Almeida (VdA) em 1999 e desde 2013 que é sócia da firma. Cláudia da Cruz Almeida conta com mais de 20 anos de experiência, essencialmente em M&A.
Ao longo da sua carreira tem trabalhado em diversas transações, nomeadamente no domínio da acquisition finance e corporate finance, na aquisição e venda de empresas, em representação de clientes nacionais e internacionais. A sócia tem prestado também consultoria a clientes nas áreas de valores mobiliários e mercado de capitais.
Cláudia da Cruz Almeida tem vindo a ser reconhecida pelos principais diretórios jurídicos internacionais, tais como o TRR, Best Lawyers, Leaders League e IFLR.
Que idade tinha quando chegou à VdA? Em que ano?
Comecei a minha carreira na VdA em 1999, com os 23 anos de idade que tinha quando acabei o curso da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Como conseguiu o estágio no escritório?
No último ano do curso, decidi que o meu caminho passava pela advocacia. Dentro da advocacia, sentia um especial apelo por temas de direito comercial, bancário e de mercado de capitais, por isso candidatei-me ao estágio nos escritórios de advogados que se dedicavam a assessoria nesse espetro e com os quais me identificava. A VdA já era na altura uma das referências nestes domínios, por isso enviei currículo para a VdA, fiz uma entrevista e fui convidada a estagiar.
E qual a primeira impressão do escritório?
A primeira impressão não poderia ter sido melhor. Fiz uma única entrevista, que se revelou uma conversa extraordinária com cinco dos sócios fundadores: João Vieira de Almeida, Pedro Cassiano Santos, Margarida Couto, Manuel Protásio e Paulo Pinheiro. Saí da entrevista com a convicção que esta era uma casa especial: plural e coesa, alicerçada em valores sólidos abraçados por pessoas especiais, que levam a sério a profissão e a vida, mas que não se levam demasiado a sério. Ainda hoje, levo comigo uma frase que ouvi nessa entrevista que me marcou bastante: um advogado feliz será sempre um melhor advogado. Senti que era aqui que gostaria de estar. Felizmente, o sentimento foi mútuo e assim se iniciou o que tem sido, para mim, uma viagem extraordinária.
Cresci na VdA e com a VdA e sinto um enorme prazer em contribuir de forma consistente e crescente na extraordinária viagem de expansão e afirmação da VdA como firma líder.
Sentiu receio, natural de uma jovem licenciada?
Claro! A licenciatura, mais então do que agora, não nos prepara verdadeiramente para os desafios da profissão. Recordo-me bem do receio que tinha de, em cada trabalho novo que nas primeiras semanas me aterrava na secretária, não estar à altura. E de me dedicar, por vezes demasiado, a estudar para que o que fazia saísse o melhor possível. Tudo coisas naturais, que se ultrapassaram com tempo e com o apoio de advogados mais experientes que sempre tiveram a paciência e a generosidade de partilhar o que sabiam e de me atirar para fora de pé quando achavam que seria capaz de nadar até à outra margem.
Como acabou por ‘ir parar’ à área em que se especializou?
Foi um caminho muito natural. A firma para onde entrei não tinha mais de 15% do número de advogados que tem agora e o trabalho de M&A residia nas áreas de prática transacionais e regulatórias por onde passei. Depois de trabalhar em M&A nas áreas de Projetos, Telecomunicações, Bancário e Mercado de Capitais, por onde passei desde o estágio, fui intensificando a atividade em M&A que cumulava com a atividade de direito bancário e financeiro. À medida que a firma ia crescendo e autonomizando a atividade de M&A, também eu me dediquei primordialmente a M&A.
Nunca foi sondada para mudar de escritório? Se sim, o que a fez ficar na VdA?
Ao longo dos anos, deparei-me com várias oportunidade para mudar de escritório e, inclusivamente, para mudar de carreira. Sempre decidi prosseguir o meu caminho aqui, por me rever profundamente com os valores da VdA. Cresci na VdA e com a VdA e sinto um enorme prazer em contribuir de forma consistente e crescente na extraordinária viagem de expansão e afirmação da VdA como firma líder.
O que acha que o vosso escritório tem de melhor ou quais as suas mais valias face a outros escritórios?
Tenho um enorme respeito e admiração pelos escritórios nossos concorrentes, onde tenho vários colegas e amigos que prestam serviços jurídicos de excelência e não posso afirmar com seriedade que um escritório é o melhor. O que distingue os vários escritórios é a sua identidade.
A VdA tem uma identidade muito forte e muito própria. Somos uma firma independente, una e coesa, que privilegia o interesse coletivo sobre os interesses individuais, tem elevados padrões éticos, é inconformada e não se leva demasiado a sério. Estas características são percetíveis na forma como trabalhamos, trazendo para cada transação as pessoas mais bem posicionadas, independentemente das áreas de prática a que pertencem, desenvolvendo um trabalho de equipa integrado e deixando transparecer o espírito de colaboração que existe entre os membros da equipa. A frase “nenhum de nós é melhor que todos nós”, visível nos corredores do nosso escritório, é reveladora desta forma de estar na profissão.
É sempre gratificante ajudar um cliente a concluir uma transação e sentir que contribuí para esse resultado, sobretudo quando a transação parecia impossível.
E a nomeação para sócia, aconteceu naturalmente? Desde quando é sócia?
Sou sócia da VdA desde 2013, na sequência de uma decisão tomada pelos sócios da firma no final de 2012. Essa decisão foi tomada no quadro do nosso processo de admissão de sócios, que passa pela apresentação de uma candidatura nesse sentido. Foi, para mim, um passo assente no percurso feito até então mas, também e sobretudo, numa visão prospetiva do contributo que poderia dar à firma enquanto sócia.
Momento mais difícil que passou no escritório?
Não consigo isolar um único momento difícil, porque tive vários. Felizmente, todos relacionados com desafios que fomos chamados a abraçar. Cada transação é única e muitas parecem impossíveis de concretizar, pelas suas características próprias ou simplesmente pelo calendário aparentemente impossível que envolvem. O momento em que a transação parece impossível é sempre difícil, mas, paradoxalmente, traz consigo o entusiasmo de nos lançar num desafio.
Momento mais gratificante?
É-me também impossível destacar apenas um momento gratificante que tenha tido ao longo da minha carreira, já que foram muitíssimos. E eu sou uma pessoa grata por natureza. É sempre gratificante ajudar um cliente a concluir uma transação e sentir que contribuí para esse resultado, sobretudo quando a transação parecia impossível. É não menos gratificante ter a oportunidade de formar os advogados mais novos e vê-los concluir transações com autonomia e crescer na profissão e na firma. Tal como é muito gratificante ver o meu trabalho reconhecido e ter a oportunidade de estabelecer relações de respeito e confiança com os advogados dos escritórios nossos concorrentes com quem me cruzo inevitavelmente nas várias transações. É ainda extraordinariamente gratificante conseguir conjugar uma carreira intensa e bem sucedida com um casamento que caminha para as duas décadas de duração e com três filhos, esperando que este exemplo crie nas advogadas mais novas a convicção de que não é preciso escolher entre a carreira e a família.
Se voltasse atrás no tempo, mudaria alguma coisa no seu percurso profissional?
Não mudaria nada.
Tem algum mentor ou mentora/role model no escritório? Ou fora do escritório?
Tenho muitos role model no colégio de sócios da VdA, que felizmente é composto por grandes advogados e excelentes pessoas. Se tivesse de destacar apenas um, seria a Margarida Couto, pelo percurso extraordinário que fez e por me ter feito perceber desde o início da minha carreira que é possível conjugar a família com uma carreira desafiante. Cedo percebi que não seria tarefa fácil e que sempre teria de fazer algumas escolhas e encontrar o meu próprio equilíbrio, mas que não teria limites.
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Como é fazer carreira na VdA? “Um advogado feliz será sempre um melhor advogado”, diz Cláudia da Cruz Almeida
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