Foi graças a um artigo numa revista que, no ano de 2000, Alexandra Courela decidiu estagiar na Abreu Advogados. Desde então nunca abandonou a firma, tornando-se sócia em 2014.
Integrou a Abreu Advogados em 2000 enquanto estagiária e desde 2014 que Alexandra Courela é sócia da firma. A advogada tem-se dedicado, ao longo da sua carreira, essencialmente às áreas de fiscal, societário, comercial e M&A.
Ao longo do seu percurso tem participado em operações relacionadas com o financiamento, a aquisição e reestruturação de grupos nacionais e multinacionais, quer na vertente legal quer na fiscal. Alexandra Courela intervém ainda na consultoria fiscal a diversas empresas nacionais e internacionais e presta assistência a clientes particulares no contexto do planeamento fiscal.
A sócia da Abreu Advogados é ainda responsável pelo programa de Pro Bono da firma.
Que idade tinha quando chegou ao escritório? Em que ano?
23 anos. Ano 2000.
Como conseguiu o estágio no escritório?
No ano 2000, os timings de candidatura e recrutamento eram bastante diferentes do que acontece atualmente e as oportunidades também. Terminei a minha licenciatura em junho de 2000 e, não conhecendo ninguém no mercado da advocacia, optei por enviar o meu CV para quatro escritórios correspondentes a quatro tipos de perfil (o escritório com melhor reputação, o maior escritório, um escritório mais pequeno que hoje chamaríamos de boutique e a Abreu porque li um artigo numa revista sobre um escritório inovador, internacional e mais informal que me interessou bastante). Fui a três entrevistas e recebi dois convites. Acho que, desde que li o artigo, que estava decidida que esta seria a minha “casa” se me aceitassem e assim foi. Das várias propostas que recebi tomei a decisão de integrar a Abreu Advogados, valorizando mais uma perspetiva de médio e longo prazo para a qual a inovação, a cultura de trabalho e a minha possibilidade de crescer se sobrepunham às condições financeiras.
O curso não me apaixonou e foi-se fazendo sem grande esforço entre testes e exames; a exceção foi a disciplina de Direito Administrativo.
E qual a primeira impressão do escritório?
Numa altura em que não eram típicos os estágios durante a licenciatura, a Abreu foi a minha primeira experiência profissional e a primeira experiência num escritório. Éramos poucos (cerca de 30), achei as pessoas motivadas e, como sempre fui muito workaholic, rapidamente estava a trabalhar muito, com muita gente e em áreas muito diversificadas. Acima de tudo confirmei que a descrição da Abreu no artigo que tinha lido tinha sido fiel: inovadores, out of the box, informais mas sempre exigentes.
Sentiu receio, natural de uma jovem licenciada?
Claro. Não conhecia ninguém e nunca tinha trabalhado. Tudo era novo mas como gosto de desafios mais alto que o medo falou a curiosidade e a vontade de descobrir o que era afinal ser advogada.
Como acabou por ‘ir parar’ à área em que se especializou?
Fiz a minha licenciatura na Universidade Clássica, em que não existiam orais obrigatórias. O curso não me apaixonou (não gostava particularmente das aulas teóricas embora gostasse das aulas práticas em que adorava discutir os temas suscitados) e foi-se fazendo sem grande esforço entre testes e exames; a exceção foi a disciplina de Direito Administrativo. Foi a única que me desafiou e em que precisei de fazer oral e por isso foi aquela porque me apaixonei.
Assim entrei na Abreu decidida a fazer Direito Administrativo e assim foi, muito cedo comecei a trabalhar na área e a gostar bastante. Sucede que a vida está cheia de desvios (e ainda bem!); um dia o António Fernandes de Oliveira, que na altura estava na Abreu, pediu-me que preparasse o primeiro draft de uma impugnação de liquidação de imposto sucessório e foi o início de uma relação com o Direito Fiscal que se continua a aprofundar todos os dias.
Nunca foi sondada para mudar de escritório? Se sim, o que a fez ficar na Abreu?
Fui, e, em várias fases da minha vida. Em todas as ocasiões decidi ficar porque senti que podia continuar a crescer na Abreu e aqui fazer a diferença tanto profissionalmente como nas áreas de gestão de que tanto gosto.
Eu vejo sempre o copo meio cheio e por isso não me lembro de um momento verdadeiramente difícil.
O que acha que a Abreu tem de melhor ou quais as suas mais valias face a outros escritórios?
Em Portugal sempre estive na Abreu, pelo que, mais do que comparar com outros escritórios prefiro destacar os aspetos que mais valorizo e que, para mim, fazem o ADN da Abreu: a permanente tentativa de inovar e pensar “out of the box”, a preocupação com as pessoas que estão no centro do projeto, a convicção de que somos um escritório integrado na sociedade e que temos que trabalhar com e para a sociedade (neste âmbito a politica de sustentabilidade que levou a que sejamos o único escritório a publicar um Relatório de Sustentabilidade ou a Responsabilidade Social), a afirmação da meritocracia e o ambiente descontraído mas sempre exigente.
E a nomeação para sócia, aconteceu naturalmente? Desde quando é sócia?
O meu convite para sócia foi para mim, um momento definidor do que é a Abreu. Tinha 36 anos e estava de licença de maternidade do meu filho mais velho. Nunca pensei que o convite acontecesse nestas circunstâncias e o ter acontecido fez-me ter muito orgulho da Abreu.
Momento mais difícil que passou na Abreu?
Eu vejo sempre o copo meio cheio e por isso não me lembro de um momento verdadeiramente difícil. O mais inesperado foi inquestionavelmente a pandemia que nos obrigou a mudar a nossa rotina, todavia como já tínhamos um sistema de trabalho remoto instalado verdadeiramente difícil foi não poder estar com as pessoas pessoalmente e a incerteza sobre se continuaríamos a ter trabalho com a economia a ressentir-se.
Momento mais gratificante?
Ver o resultado do nosso trabalho espelhado na abertura de uma nova empresa ou na reestruturação de um grupo empresarial é sempre especial e alimenta-nos a alma mas confesso que os projetos que mais orgulho me deixam são o projeto de Responsabilidade Social da Abreu e o projeto Olimpo (que abarca o recrutamento, o estágio e a entrada dos recém advogados como associados), os quais lidero e que me ensinam todos os dias muito. As equipas envolvidas são extraordinárias e sentimos que estamos a construir um futuro para os que necessitam de apoio jurídico, por um lado, e para os que estão a iniciar a sua vida profissional, por outro, ao mesmo tempo que todos os dias continuamos a construir a Abreu.
Todos os dias continuo a aprender e a ser espicaçada por ele [Miguel Teixeira Abreu] e todos os dias digo que quando for grande quero ser como ele.
Se voltasse atrás no tempo, mudaria alguma coisa no seu percurso profissional?
Incluía no meu percurso duas experiências que acho me teriam ajudado a crescer profissionalmente: Uma passagem por uma consultora e uma passagem por um cargo público na área da fiscalidade.
Tem algum mentor ou mentora/role model no escritório? Ou fora do escritório?
Numa vida profissional de 20 anos existiram muitas pessoas fundamentais que me ensinaram, desacomodaram, espicaçaram, me deram oportunidades e nunca me deixaram desacompanhada mas o meu esteio foi, e continua a ser, o Miguel Teixeira de Abreu. Há colegas que na vida nunca tiveram a sorte de ter referências e vão-se construindo por si (e com muito mérito!), eu tive muita sorte porque acabei a trabalhar com “A” referência, uma pessoa de bem, honesta, extraordinariamente inteligente e tecnicamente dotada. Todos os dias continuo a aprender e a ser espicaçada por ele e todos os dias digo que quando for grande quero ser como ele.
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Como é fazer carreira na Abreu? “Inovadores, out of the box, informais mas sempre exigentes”, diz Alexandra Courela
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