Na SPS as mulheres “sempre tiveram as mesmas oportunidades que os homens”

Com a garantia que os próximos anos serão de grande investimento na SPS, o managing partner assegura que a desmaterialização, flexibilidade e interdisciplinaridade são os grandes desafios do setor.

Societário, bancário, seguros e imobiliário. Foram estas as áreas que ao longo dos 30 anos de atividade contribuíram para o crescimento da SPS Advogados. O balanço das três décadas de atuação é “muitíssimo bom”, segundo Pedro Malta da Silveira, managing partner.

“Nesse espaço de tempo foi possível iniciar e robustecer um projeto de advocacia conjunta onde, desde o início, se apostou em modelos de funcionamento inovadores com prestação de serviços jurídicos de modo diferenciado”, refere o líder da SPS à Advocatus.

O managing partner mostra-se confiante que em algumas áreas lideraram no modo como corresponderam ao que os clientes pretendiam, rejeitando a imposição de modelos de prestação mas centrados sobre os advogados.

Pedro Malta Silveira, managing partner da SPS Advogados

“Por outro lado, ganhámos uma maturidade societária que nos permite ter uma visão clara do que queremos que seja a sociedade no futuro. Ainda assim continuamos e continuaremos em constante evolução acompanhando o mercado que se prevê continue no mesmo ritmo de evolução das duas últimas décadas”, acrescenta.

Com objetivos plurianuais e cíclicos, Pedro Malta da Silveira garante que os mesmos foram sendo cumpridos, ainda que durante o período de atividade tiveram que esperar mais tempo do que imaginaram para chegarem onde pretendiam.

"Ganhámos uma maturidade societária que nos permite ter uma visão clara do que queremos que seja a sociedade no futuro.”

Pedro Malta da Silveira

Managing partner da SPS

Uma sociedade dinâmica tem de ter sempre novos objetivos que pretende cumprir, reinventar-se a cada momento e nunca se acomodar. Preferimos o termo “desafios”. Já tivemos muitos desafios, com os quais lidámos com um saldo positivo, e queremos que venham muitos mais. Na verdade, o crescimento é feito de desafios. E a nossa ambição ou mesmo missão é não parar de crescer”, nota o líder da SPS.

2021 vai ser ano de novas apostas

Com vários reforços nas suas equipas e também nos cargos, Tatiana Lopes foi a mais recente aposta para a área de bancário e financeiro. À Advocatus, Carla Azevedo Gomes, sócia responsável pela área de Marketing e Comunicação admite que está nos planos da firma continuar a investir e reforçar em áreas como societário, bancário, seguros e imobiliário.

“Nos próximos tempos é provável que se reforcem áreas como a de fiscal, de administrativo e de regulatório e consultadoria”, avançou a sócia.

SPS Advogados
Carla Azevedo Gomes, sócia da SPSHugo Amaral/ECO

Outra das mudanças que marcaram o ano de 2020 da SPS foi a criação da função de office manager, com o objetivo de potenciar a eficiência da gestão da sociedade. Luísa Correia Marques foi quem ocupou pela primeira vez esta posição.

“Muito embora o ano de 2020 tenha sido um ano de muitos outros desafios, esta aposta tem-se revelado muito profícua para a sociedade: é uma função da máxima importância, quer pelo apoio direto ao managing partner, quer pela manutenção dos níveis de comunicação interna em toda a sociedade bem como e sobretudo, para o estabelecimento de conexões e eficiências entre as várias e diferentes áreas de gestão”, explicou Pedro Malta da Silveira.

Dos nove sócios, seis são mulheres

No setor jurídico a paridade de género já começa a ser uma realidade, mas no acesso aos altos cargos o fosso ainda é grande. Segundo um recente estudo da revista Iberian Lawyer, em 2020, as mulheres representavam 52,3% da profissão jurídica.

Na SPS a igualdade, na sua visão lata, sempre foi uma preocupação. “Não a igualdade cega, mas igualdade de oportunidades pela meritocracia e o talento com respeito pela individualidade e valências de cada um de nós que fazem parte da sociedade”, explicou Sara Henriques, sócia responsável pela área de Marketing e Comunicação.

Segundo explicou à Advocatus a sócia, estes princípios aplicam-se “indiscriminadamente” a ambos os géneros e com critérios iguais de progressão no plano de carreira da sociedade. “Na SPS as mulheres sempre tiveram as mesmas oportunidades que os homens: um bom advogado é e será sempre um bom advogado, seja ele homem ou mulher, novo ou velho, ou de qualquer raça ou etnia”, acrescenta.

SPS Advogados
Carla Azevedo Gomes, Mónica Gonçalves Nunes, Joana Ribeiro Pinto, Sara Henriques e Filipa Ruano Pinto (da esquerda para a direita) sócias da SPS.Hugo Amaral/ECO

Na sociedade no total a relação de géneros nos advogados situa-se em 83% de mulheres para 27% de homens.

Na SPS não existe [discriminação] e temos orgulho em afirmá-lo, batemo-nos muito por isso e vamos continuar a fazê-lo. Atualmente, por exemplo, somos nove sócios, destes, seis são mulheres, assim como nos managing associates, cinco em sete são mulheres”, conta Carla Azevedo Gomes.

"Um bom advogado é e será sempre um bom advogado, seja ele homem ou mulher, novo ou velho, ou de qualquer raça ou etnia.”

Sara Henriques

Sócia da SPS

Ainda assim, a sócia assegura que o setor da advocacia é um reflexo da sociedade em que vivemos e que ainda existe muito para melhorar no que concerne à igualdade de oportunidades.

Já sobre o domínio do género masculino no setor, Sara Henriques considera que é cada vez menor. “Mas a razão não será tanto por maturidade setorial mas sim porque, nos últimos anos, há claramente mais mulheres que homens a escolher a profissão e isso permitiu algum equilíbrio”, acrescentou.

Faturação ressentiu-se com a pandemia

A pandemia afetou o setor da advocacia, tal como os restantes setores de atividade do país. Na firma liderada por Pedro Malta da Silveira as áreas mais afetadas negativamente foram as de contencioso e consultoria de negócios. Ainda assim, as áreas de laboral, regulatório e apoio jurídico à gestão dos clientes tiveram um impulso com a pandemia.

“A faturação ressentiu-se um pouco mas o volume de trabalho aumentou. Temos consciência que acompanhámos os nossos clientes nas suas necessidades e dificuldades como verdadeiros parceiros de negócio, o que de resto está sempre presente na forma como exercemos a advocacia”, refere Sara Henriques.

SPS Advogados
Sara Henriques, sócia da SPSHugo Amaral/ECO

Face à pandemia, a SPS tem assumido uma postura de preocupação com o bem-estar dos colaboradores garantindo-lhes todo o apoio necessário. “Relativamente aos clientes manifestámos toda a nossa disponibilidade para encontrar soluções jurídicas para problemas absolutamente imprevisíveis. Temos procurado manter a flexibilidade e algum otimismo, atitudes que nos parecem fazer toda a diferença junto dos nossos clientes”, explica Carla Azevedo Gomes.

Próximos anos serão de forte investimento

No início de mais um ano, Pedro Malta da Silveira admite que o principal desafio na advocacia é a desmaterialização e flexibilidade nas respostas a dar aos clientes.

“A interdisciplinaridade é um desafio pouco falado, algo escondido, mas muito real: o exercício da profissão tem mesmo que se enriquecer com outras áreas do conhecimento para além do jurídico: isso permite um nível acrescido na qualidade da resposta a dar aos clientes”, acrescenta.

"A faturação ressentiu-se um pouco mas o volume de trabalho aumentou. ”

Pedro Malta da Silveira

Managing partner da SPS

Para o managing partner, os próximos anos para a SPS serão de grande investimento, estando a firma a preparar alterações em várias áreas de funcionamento de modo a tornar a firma mais apta para o mundo da prestação de serviços jurídicos na era pós-covid, com grande preocupação no investimento de talentos.

“Os automatismos vieram para ficar mas precisam de talento no capital humano para funcionar. De todo o modo, encaramos o futuro com bastante otimismo e acreditamos, cada vez mais, numa advocacia “desempoeirada”, moderna e tecnológica e que seja um verdadeiro catalisador dos negócios dos nossos clientes”, sublinha Pedro Malta da Silveira.

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