Investimento das empresas afunda mais de 16% em 2020. Deverá crescer 3,5% este ano

Num ano de 2020 marcado pela pandemia, o investimento das empresas terá caído 16,3%. Empresas deverão investir um pouco mais este ano.

O investimento das empresas recuou mais de 16% em 2020, um ano profundamente marcado pela pandemia de Covid-19. Para 2021, as perspetivas apontam para uma ténue recuperação do investimento empresarial, prevendo-se um crescimento de 3,5%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“O investimento empresarial em termos nominais diminuiu 16,3% em 2020, traduzindo uma redução expressiva face às perspetivas reveladas no inquérito anterior“, as quais apontavam para um decréscimo de 8,9% já num contexto de crise sanitária, de acordo com o gabinete de estatísticas.

Antes da crise pandémica, os resultados do inquérito de investimento empresarial realizado no final de 2019 perspetivavam um crescimento de 3,6%.

“Esta evolução das perspetivas de investimento para 2020 entre os diferentes momentos de inquirição reflete, em grande medida, os efeitos da pandemia Covid-19 na atividade económica, que conduziram ao cancelamento ou adiamento das decisões de investimento”, explica o INE.

Investimento das empresas afunda em 2020

À semelhança de outros países, Portugal viveu em 2020 um longo período de confinamento generalizado entre março e abril, afetando duramente a atividade de muitas empresas. As restrições voltaram em força já no último trimestre do ano com a segunda vaga da pandemia de Covid-19. O novo ano trouxe um novo confinamento, que entrou em vigor na segunda quinzena de janeiro.

O investimento no setor do turismo (alojamento, restauração e similares) afundou 49%. Setores da água, construção, atividades de informação e comunicação, atividades financeiras e de seguros e atividades imobiliárias foram a exceção e viram o investimento empresarial aumentar.

De acordo com o INE, todos os escalões de dimensão das empresas apresentaram contributos negativos para a variação do investimento em 2020, mas a revisão em baixa atingiu “maior expressão” entre as grandes empresas, com mais de 500 trabalhadores, e “que terão cancelado ou adiado decisões de investimento” ao longo do ano passado.

O INE vai mais pela segunda hipótese: de adiamento das decisões de investimento. Esta leitura decorre das intenções que as grandes empresas manifestam para este ano. “Este escalão apresenta o maior contributo para as perspetivas de recuperação do investimento em 2021”, refere a agência de estatísticas.

Para 2021, os resultados do inquérito (que teve lugar entre 1 de outubro e 14 de janeiro) apontam para uma recuperação parcial do investimento empresarial, perspetivando-se um crescimento de 3,5%.

Os setores das atividades imobiliárias e dos transportes e armazenamento são aqueles que registam as maiores variações positivas: +77,4% e +63,1%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 11h41))

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