Chicão cada vez mais isolado na liderança do CDS

  • ECO
  • 28 Janeiro 2021

Demissão de Filipe Lobo d'Ávila e outros dois membros da Comissão Executiva do CDS fragilizam liderança de Francisco Rodrigues dos Santos, numa altura em que já há candidatos informais à sua sucessão.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, está cada vez mais isolado na liderança do partido. O Expresso noticia que Filipe Lobo d’Ávila demitiu-se esta quarta-feira à noite da Comissão Executiva, assim como Raúl Almeida e Isabel Menéres Campos, alegadamente insatisfeitos com o caminho que tem vindo a ser seguido pelo atual líder.

Com a expressão do partido a desvanecer, sobretudo perante a subida de outros partidos nas sondagens, como é o caso do Chega, os próximos tempos antecipam um desafio para o presidente Francisco Rodrigues dos Santos, que terá de mostrar ser capaz de tomar as rédeas à sua liderança, agora fragilizada. E o certo é que já há candidatos informais à sua sucessão.

Estas demissões acontecem na mesma semana em que o ex-dirigente Adolfo Mesquita Nunes publicou um artigo de opinião no Observador a pedir “uma nova força para o CDS”, eventualmente a tempo das Autárquicas do final do ano. Na publicação, Mesquita Nunes, falando numa “crise de sobrevivência” para o partido, pediu que se avance já para um Congresso extraordinário: “Não temos muito tempo”, considerou.

Já esta quinta-feira, Nuno Melo, eurodeputado centrista, assumiu, em entrevista ao Público e à Renascença, estar disponível para se candidatar à liderança do CDS, mas apenas em 2022.

Questionado sobre se se associa ao pedido de Mesquita Nunes, Nuno Melo respondeu: “Não me oporia a esse congresso.” E acrescentou: “Ou temos um congresso antecipado e uma disputa que já se entendeu que terá o Adolfo como candidato — eventualmente o Francisco e outros que apareçam […]. Mas se o CDS cumprir o seu ciclo e o congresso acontecer em 2022, acho que ninguém se deve excluir dessa discussão. Eu próprio não excluo, se o congresso for em 2022, aí ser candidato, se nada se alterar.”

Francisco Rodrigues dos Santos acaba de cumprir um ano na liderança do CDS e já desvalorizou os apelos, incluindo o de Mesquita Nunes, considerando que o partido não pode avançar para congresso sempre que há um artigo de opinião ou uma discordância.

“Tenho vontade pessoal para cumprir o meu mandato e não provoco incidentes internos para interromper as lideranças […]. Não se convocam eleições no CDS por dá cá aquela palha”, respondeu Francisco Rodrigues dos Santos, numa entrevista à rádio Observador. Reiterou, contudo: “Não tenho medo nenhum de ir a votos.”

Ora, a somar a tudo isto, o jornal i fez capa com declarações de António Lobo Xavier, que afirmou: “O líder do CDS tem razão quando diz que não se pode fazer um congresso sempre que vem um pedido da rua… Mas há certamente muita gente de boa-fé que gostaria de refletir e discutir.”

Para já, só é certo que um nome está de fora de uma eventual corrida antecipada: o de João Almeida, que já se demarcou de uma eventual candidatura num congresso extraordinário.

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