Lucro do Abanca cai 60% com reforço de 270 milhões das provisões
Banco galego registou lucros de 160 milhões de euros em 2020, uma redução de 60% face a 2019, devido a registo de provisões para enfrentar subida do malparado na sequência da pandemia.
Os lucros do Abanca caíram 60% em 2020, para 160 milhões de euros, depois de o banco galego ter reforçado as provisões em 273 milhões de euros para fazer face ao impacto da pandemia.
Este resultado compara com os resultados de 405 milhões de euros obtidos em 2019 e reflete a prudência do banco liderado por Juan Carlos Escotet em relação a uma eventual subida do crédito em incumprimento por causa da crise pandémica.
O banco espanhol, que reforçou a presença em Portugal com a aquisição do negócio de retalho do Deutsche Bank em 2018 e esteve perto de adquirir o EuroBic no ano passado, referiu que o registo antecipado de provisões tem como objetivo “enfrentar o exercício de afrontar em boa posição de liquidez”.
O Abanca fechou o ano passado com um rácio de malparado de 2% e um nível de cobertura de 81,2%, sendo “líder na qualidade dos ativos do setor financeiro espanhol”. Os ativos problemáticos caíram 22% em 2020 para os 800 milhões de euros.
“Foi um ano especialmente complexo, muito difícil, que colocou à prova a nossa capacidade”, sublinhou Juan Carlos Escotet, na apresentação de resultados.
Ao nível operacional, o banco assistiu a um “robusto crescimento da margem financeira”, que subiu quase 12% para 643 milhões de euros, enquanto as receitas com a prestação de serviços (incluindo comissões) cresceram 14% para 234,2 milhões.
Ainda na parte dos rendimentos, o Abanca dá conta ainda de um resultado com operações financeiras de 237,5 milhões de euros, que quase duplica face a 2019. O banco explicou que quis aproveitar a baixa dos juros para tirar partido da sua carteira de investimento em dívida pública e que estes ganhos serviram para compensar o reforço de provisões.
Crédito acelera à boleia das linhas com aval público
O volume de negócios (depósitos e crédito) cresceu 7,5%, tendo atingido os 91,5 mil milhões de euros. Com a recente aquisição do Bankoa, o crescimento é de quase 13% para mais de 95 mil milhões.
O crédito a clientes aumentou 6,6% para 38,4 mil milhões de euros, à boleia das linhas de empréstimos com garantia pública no montante de 3,8 mil milhões. Os recursos de clientes registaram um acréscimo de 8,5% para 52,4 mil milhões.
O Abanco aplicou ainda medidas de moratórias de crédito no montante de quase 1,3 milhões de euros, dos quais 802 milhões dizem respeito a hipotecas e 455 milhões a outras operações de financiamento. “Isto significa que 5,6% da carteira de hipotecas e 5,8% da carteira de crédito ao consumo foram apoiados durante este período difícil”, assinala o banco.
Quanto aos rácios de capital, a instituição frisa que mantém “uma posição de capital sólida”, depois de ter atingido um rácio total de 17,9%, nível situado 570 pontos base (1,7 mil milhões milhões de euros) acima dos requisitos de capital total.
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