Quase 16% dos pensionistas portugueses estão em risco de pobreza
Portugal tem uma fatia maior de pensionistas em risco de pobreza que a média da União Europeia, indica o Eurostat.
Quase 16% dos pensionistas portugueses estão em risco de pobreza. Essa fatia é superior — ainda que somente por apenas cinco décimas — à média da União Europeia, indicam os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Eurostat. Portugal aparece a meio da tabela, longe da Letónia (país onde mais de metade dos pensionistas estão nesta situação) e do Luxemburgo (país com a percentagem mais baixa do espaço comunitária de pensionistas em risco de pobreza).
De acordo com o Eurostat, cerca de um em cada sete pensionistas da União Europeia estão em risco de pobreza, isto é, cerca de 15,1%. Tal universo é maior do que aquele registado nos anos anteriores. “A taxa de risco de pobreza entre pensionistas tem vindo a crescer gradualmente desde 2014“, observa o gabinete de estatísticas. É importante salientar que há mais pensionistas mulheres nessa situação do que pensionistas homens. A taxa tende a ser três a quatro pontos percentuais (p.p) mais alta no caso das primeiras, indica o Eurostat.
A Letónia (54%), a Estónia (51%), a Bulgária (36%) e a Lituânia (35%) destacam-se como os países com fatias mais expressivas de pensionistas com mais de 65 anos em risco de pobreza. Em contraste, o Luxemburgo (7%), a Eslováquia, França, a Dinamarca (os três com 9%) e Grécia (10%) são os países como menores percentagens de pensionistas nesta situação.
Em Portugal, 15,6% dos pensionistas estão em risco de pobreza, ou seja, a fatia lusa é maior do que a média comunitária (os tais 15,1%), mas fica longe de ambos os extremos da tabela.
O Eurostat deu a conhecer também esta quarta-feira os dados sobre a desigualdade de géneros entre pensionistas e, neste caso, Portugal consegue uma maior classificação que a média europeia.
No conjunto da União Europeia, as pensionistas mulheres ganham, em média, menos 29,4% do que os pensionistas homens, fosso que, ainda assim, tem diminuído face aos últimos anos. Em 2010, por exemplo, essa diferença era de 33,9%, ou seja, mais 4,5 pontos percentuais do que agora.
Entre os Estados-membros, o Luxemburgo volta a destacar-se, mas desta vez por estar do outro lado da tabela. É o país europeu onde o fosso entre pensionistas mulheres e pensionistas homens é maior. As primeiras ganham pensões inferiores em 44,2% em relação aos segundos. Seguem-se a Holanda e Malta (ambos com um fosse de 40%), Chipre (38,5%), Áustria (36,6%) e a Alemanha (36,3%).
Do outro lado do espetro, é a Estónia, com um fosso de 2%, que se destaca. Segue-se a Dinamarca (7,4%), bem como a Hungria (10,4%), a Eslováquia (10,8%) e a República Checa (13,3%).
Em Portugal, as pensionistas mulheres ganham menos 28,2% do que os pensionistas homens, ficando o valor luso mais uma vez a meio da tabela europeia, mas desta vez abaixo da média do bloco comunitário. De notar que o fosso em causa é o mais baixo registado em Portugal desde o início da série estatística, em 2010.
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