Europa investe recorde de 26 mil milhões em energia eólica offshore em 2020
No ano passado, os países europeus construíram 2,9 GW de energia produzida a partir do vento, no mar, aumentando para 25 GW a capacidade instalada. A ambição é chegar aos 300 GW até 2050.
A Europa registou, em 2020, um investimento recorde de 26,3 mil milhões de euros para financiar 7,1 GW de nova capacidade eólica offshore a ser construída nos próximos anos, de acordo com os dados mais recentes da WindEurope, divulgados esta segunda-feira. Reino Unido, Holanda, Alemanha e França foram alguns dos países que receberam luz verde às suas decisões finais de investimento para novos parques eólicos offshore de grande dimensão.
No ano passado, os países europeus construíram 2,9 GW de energia produzida a partir do vento, no mar (em linha com as previsões pré-pandemia de Covid-19), aumentando para 25 GW a capacidade instalada total do continente. A ambição é chegar aos 300 GW até 2050.
Outra tendência a registar é que a tecnologia eólica offshore continua a evoluir: o tamanho médio das turbinas instaladas no ano passado foi de mais de 8 MW. “2020 viu grandes pedidos para a turbina GE Haliade-X de 13 MW da GE. E a Siemens Gamesa anunciou uma nova turbina de 14 MW. Novos parques eólicos offshore agora oferecem fatores de capacidade superiores a 50%”, refere a WindEurope, em comunicado.
“26 mil milhões em novos investimentos em 2020 é um grande voto de confiança na energia eólica offshore. Os investidores veem que a energia eólica offshore é barata, confiável e resiliente — e que os governos querem mais. E esses investimentos criarão empregos e crescimento. Cada nova turbina eólica offshoregera 15 milhões de euros de atividade económica. Esperamos que as 77.000 pessoas que hoje trabalham na energia eólica offshore na Europa sejam 200.000 até 2030”, disse Giles Dickson, CEO da WindEurope, em comunicado.
No total, nove novos parques eólicos offshore entraram em operação em cinco países em 2020. A Holanda ligou à rede 1.493 MW e concluiu o desenvolvimento da Zona do Parque Eólico Borssele. A Bélgica aumentou a sua capacidade em 706 MW, o Reino Unido em 483 MW e a Alemanha em 219 MW. Portugal concluiu a instalação do parque eólico offshore Windfloat Atlantic, ao largo de Viana do Castelo, cofinanciada pelo programa NER300 da UE.
“Estas novas centrais mostram a resiliência da indústria eólica offshore”, sublinhou Giles Dickson.
Neste momento a Europa tem 116 parques eólicos offshore em 12 países, sendo que 40% da capacidade está no Reino Unido. França vai ter parques eólicos offshore até 2023, após as decisões finais de investimento em 1 GW, além de cinco parques flutuantes. A Polónia quer 28 GW de energia eólica offshore até 2050, tendo na calha um acordo com oito países bálticos. Espanha e Grécia também já entraram na corrida. Estónia, Letónia e Lituânia estão a desenvolver projetos.
“A energia eólica offshore não diz respeito apenas ao Mar do Norte. Está a tornar-se rapidamente um assunto pan-europeu. Mais e mais países estão a assumir compromissos. E o rápido avanço da energia eólica offshore flutuante ajudará na expansão no Atlântico, Mediterrâneo e Mar Negro”, diz Giles Dickson.
A Estratégia de Energia Renovável Offshore da UE (ORES) que a Comissão Europeia apresentou no ano passado foi também um marco em 2020, porque “mapeou o quadro regulamentar para a expansão do desenvolvimento da energia eólica offshore e definiu uma meta de 300 GW eólica offshore para a UE até 2050, 25 vezes mais do que a UE tem hoje”, diz a WindEurope.
“É excelente que muitos mais países se tenham comprometido com Contracts-for-Difference como o modelo de financiamento para energia eólica offshore. É barato para os governos: eles pagam e são reembolsados dependendo dos preços de mercado. E reduz significativamente os custos de financiamento, o que significa contas mais baixas para os consumidores de energia”, acrescentou ainda Giles Dickson, apelando a uma “estrutura legislativa abrangente para projetos eólicos offshore híbridos, planeamento espacial marítimo e procedimentos de autorização simplificados”.
Em 2020, foram assinados seis principais Contratos de Compra de Energia (PPAs) de energia eólica offshore em diferentes setores da indústria e que incluíram grandes compradores corporativos Nestlé, Amazon, Deutsche Bahn, Borealis e Ineos.
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