Windfloat Atlantic 100% operacional no mar português. EDP tem projeto para hidrogénio a partir de eólico offshore
Além da produção de energia, o futuro do Windfloat Atlantic vai passar pela exportação da tecnologia para outras geografias. Em paralelo, a EDP tem projeto para obter hidrogénio a partir do offshore.
Chama-se WindFloat Atlantic, é português e é o primeiro parque eólico flutuante da Europa Continental plenamente operacional e a injetar no sistema elétrico nacional eletricidade de origem renovável suficiente para abastecer o equivalente a 60.000 utilizadores por ano, poupando quase 1,1 milhões de toneladas de CO2. De acordo com a EDP, sete meses da primeira plataforma ter sido ligada à rede através de um cabo de alimentação que percorre os 20 quilómetros de distância que separam o parque eólico da estação instalada em Viana do Castelo, a terceira e última turbina desta central eólica em mar alto entrou finalmente em produção.
No total são três as unidades flutuantes com turbinas de 8,4 MW, as maiores do mundo até agora instaladas numa plataforma flutuante. O WindFloat Atlantic tem uma capacidade total instalada de 25 MW e é o primeiro parque eólico flutuante semi-submersível do mundo.
Além da produção de energia limpa em Portugal, a EDP quer agora exportar a tecnologia e que o exemplo do WindFloat Atlantic possa ser reproduzido noutras geografias com mares profundos e outras condições marítimas adversas para a tecnologia eólica offshore tradicional.
Em paralelo, a EDP quer também desenvolver um projeto de produção de hidrogénio a partir de energia offshore, não estando ainda confirmado se será a partir da central eólica flutuante situada a 20 km da costa portuguesa ou de um novo projeto-piloto. Na Estratégia Nacional para o Hidrogénio, um dos projetos destacados é precisamente o da produção de hidrogénio a partir de energia eólica offshore, que será desenvolvida pela EDP, para o “desenvolvimento e comercialização de um sistema modular e padronizado que visa produzir hidrogénio por eletrólise com recurso a eletricidade gerada a partir de energia offshore. Este sistema permitirá abrir novos mercados e aumentar a competitividade do setor de energia offshore de forma sustentável e inovadora. O desenvolvimento e a comercialização conjuntos desta tecnologia permitirão que os parceiros envolvidos se posicionem estrategicamente na cadeia de valor do hidrogénio, concretamente através de oferta de engenharia e serviços a nível mundial e pela capacidade de reprodução deste modelo de negócio”, indica o documento.
“Confirma-se o êxito do projeto iniciado pelo consórcio Windplus há já uma década, garantindo o acesso aos melhores recursos eólicos em mar alto, até agora inacessíveis. O Windplus instalou e ligou três plataformas com êxito — com 30 metros de altura e uma distância de 50 metros entre cada uma das suas colunas“, informou a EDP em comunicado.
A empresa sublinha a tecnologia associada a todo o projeto: desde a ancoragem das plataformas flutuantes, que permite a sua instalação em águas de mais de 100 metros de profundidade, até ao design, orientado para a estabilidade em condições climatéricas e marítimas adversas. Quanto à montagem das estruturas gigantes, esta foi feita em doca seca, o que permitiu importantes poupanças logísticas e económicas e possibilitou o reboque das plataformas por rebocadores normais, refere a EDP.
O projeto pertence à Windplus, consórcio formado pela EDP Renováveis (54,4%), ENGIE (25%), Repsol (19,4%) e Principle Power Inc. (1,2%). As plataformas foram construídas pelos dois países da Península Ibérica: duas delas nos estaleiros de Setúbal (Portugal) e a terceira nos estaleiros de Avilés e Fene (Espanha).
Esta iniciativa contou com o financiamento do Governo português, da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento. No projeto participaram as empresas Principle Power, a joint-venture Navantia/Windar, o grupo A. Silva Matos, Bourbon, o fornecedor de turbinas MHI Vestas e o fornecedor de cabos dinâmicos JDR Cables.
(Notícia atualizada)
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