Repensar flexibilidade a 360º e promover diversidade. Estas são as prioridades das empresas para 2021
Reinventar carreiras, definir e reorganizar as necessidades dos colaboradores e incentivar à transformação são as principais prioridades das empresas para 2021.
A pandemia da Covid-19 e as suas consequentes implicações económicas e sociais fizeram com que muitas empresas enfrentassem um cenário particularmente adverso. Os desafios que 2020 trouxe para o mercado de trabalho e, em particular para os recursos humanos, alteraram os planos de muitas organizações e, em 2021, continuam a revelar-se cruciais na hora de estabelecer prioridades.
O ano passado ficou marcado pela análise de necessidades, tanto de colaboradores como de empresas. Agora, as prioridades são, sobretudo, a curto prazo e, de acordo com o mais recente edição do estudo Global Talent Trends, da Mercer, passam por “reinventar carreiras fluidas e flexíveis”, “definir as necessidades dos colaboradores e/ou reorganizá-las” e “incentivar à transformação”.
Segundo a consultora, quase 80% dos líderes portugueses admite que o que anteriormente era valorizado pelos colaboradores mudou. “As empresas estão a trabalhar no sentido de descobrir aquilo que é mais relevante para cada grupo de colaboradores neste momento”, lê-se em comunicado. Além disso, oito em cada dez organizações reconhecem a necessidade de ter um sistema de modo a conseguir manter a cultura organizacional, enquanto é feita a transição para um novo modelo e novas formas de trabalho.
“Depois de vários meses de interrupção, que se prolongaram entre o 2º e 3º trimestre de 2020, o impulso para alinhar as práticas de negócio com um modelo de multitask, por inerência flexível e colaborativo, está de volta. Com a explosão de vários movimentos relacionados com a defesa de temas relacionados com a diversidade (tome-se o exemplo do movimento Black Lives Matter), assistimos a preocupações renovadas durante o ano de 2020 na área da diversidade e inclusão“, começa por afirmar Tiago Borges, business leader de career da Mercer Portugal.
Com a explosão de vários movimentos relacionados com a defesa de temas relacionados com a diversidade (tome-se o exemplo do movimento Black Lives Matter), assistimos a preocupações renovadas durante o ano de 2020 na área da diversidade e inclusão.
Por outro lado, o reforço de políticas do investimento responsável e o estabelecimento de métricas de ESG (environmental, social e governance) estão na agenda de muitas organizações. “A grande maioria das empresas que impulsionam políticas multi-stakeholder estão a construir objetivos ESG dentro de uma agenda organizacional mais abrangente (63%), vinculando-os aos seus objetivos de negócio (55%) e assegurando que os líderes partilham os compromissos com as métricas de ESG (55%)”, continua.
Flexibilidade, 360º
O trabalho remoto moldou totalmente os planos de transformação das organizações. A maioria das empresas nacionais (64%) está, agora, focada na reinvenção da flexibilidade em todos os seus aspetos, seguindo-se a expansão de talento e dos ecossistemas de aprendizagem neste contexto.
Contudo, embora 29% das organizações portuguesas afirme que os seus planos de mudança incluem uma transformação significativa da sua força de trabalho, “será essencial que se tomem decisões arrojadas, mas precisas no que se refere a uma orientação de longo e curto prazo“, conclui o estudo.
Quando questionados sobre quais os planos para melhorar as ferramentas de transição para as novas dinâmicas de trabalho, 45% dos líderes de gestão de pessoas afirma que a aquisição de conhecimentos e competências é fundamental para fazer esta transformação e 40% refere que o desempenho relacionado com o trabalho flexível é uma das áreas-chave a melhorar este ano.
Trabalho remoto no topo das prioridades
Os modelos de trabalho remoto continuam a ser, para a maioria dos líderes de RH, uma das maiores prioridades. Por esta razão, “quase metade destes profissionais afirma ter reforçado sua abordagem junto dos colaboradores para monitorizar o impacto da sua comunicação durante a pandemia”, um mecanismo que se tornou eficaz para reunir dados e obter uma melhor compreensão de sentimentos e opiniões, revela o estudo.
Já a nível económico, dos 55 líderes de recursos humanos em Portugal que participaram neste inquérito, 71% está à espera que a pandemia impacte de forma negativa os seus negócios, sendo que metade destes reconhece que a Covid-19 possa vir a impactar em mais de 10% das receitas e um quinto mais de 30%.
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