Maioria dos trabalhadores receia perder flexibilidade no pós-pandemia, revela estudo

  • Trabalho
  • 6 Outubro 2020

Num cenário de incerteza devido à pandemia, a prioridade para a maioria dos trabalhadores é manter o emprego, mas a maior parte receia perder flexibilidade, revela estudo da Manpower.

Devido à crise causada pela pandemia, a maioria dos trabalhadores está preocupada em manter o seu emprego e cuidar da sua saúde mental. Apesar disso, na maior parte dos casos, estes profissionais receiam perder benefícios — como a flexibilidade —, que surgiram durante o confinamento, e que a longo prazo poderão trazer vantagens. Estas são algumas conclusões do estudo “Flexibilidade, modelos híbridos e mais confiança: a visão dos trabalhadores para o Futuro do Trabalho”, da ManpowerGroup, que reuniu respostas de 8.000 trabalhadores em França, Alemanha, Itália, México, Singapura, Espanha, Reino Unido e EUA.

A maioria dos trabalhadores acredita que a Covid-19 marca o início do fim do trabalho a tempo inteiro no escritório. De acordo com o inquérito, são os jovens e, em particular, os homens, quem se sente positivo no regresso aos escritórios.

Flexibilidade precisa-se

Além da saúde e da manutenção do seu posto de trabalho, os trabalhadores mostram-se preocupados com a possibilidade de perderem a flexibilidade conquistada nos últimos meses. Cerca de 43% dos participantes consideram que o horário de trabalho convencional está ultrapassado e a maioria quer mais equilíbrio entre emprego e vida pessoal.

O estudo identifica três grandes prioridades dos colaboradores no “novo normal”: a autonomia, através do recurso a um modelo híbrido que contemple a possibilidade de trabalhar remotamente dois ou três dias por semana; o desenvolvimento de competências; e a conciliação entre a vida pessoal e profissional a longo prazo.

“A evolução que já observávamos nas preferências e ambições dos trabalhadores está agora a desenrolar-se a um ritmo muito mais acelerado, e esta é uma extraordinária oportunidade para as empresas redefinirem as suas estratégias de talento e construírem de raiz um modelo melhor para todos. Flexibilidade, confiança e transparência, colaboração e desenvolvimento dos colaboradores são prioridades, já hoje e para o futuro”, refere Rui Teixeira, chief operations officer do ManpowerGroup Portugal, citado em comunicado.

Jovens são os que mais querem regressar ao escritório

A maioria dos trabalhadores, 94%, revela apreensão com o regresso ao local de trabalho, mas a forma como este é encarado difere segundo a geração e o género. Neste campo, a Geração Z — jovens nascidos entre meados dos anos 90 e 2010 é a que mais deseja voltar para desenvolver a sua carreira e socializar (51%), enquanto os millennials são os menos positivos (38%). A Geração X valoriza o trabalho presencial para se concentrar, longe das responsabilidades domésticas, e os boomers apontam a socialização e a colaboração com os colegas (34%) como o principal motivo para regressar ao escritório.

A análise por género indica que quase metade dos homens questionados (46%) se sentem positivos em relação ao regresso ao escritório, mas o número desce para um terço no caso das mulheres (35%), sendo que ambos os géneros consideram a ausência de deslocações e a maior flexibilidade de horários para trabalhar como os maiores benefícios de trabalhar em casa.

Quanto aos pais que trabalham, os homens com filhos apontam a possibilidade de passar mais tempo com a família como a grande vantagem do teletrabalho. Já as mulheres encaram o retorno ao local de trabalho com mais apreensão, sendo que esta preocupação aumenta quanto menor for a idade dos filhos: 61% no caso das mães com crianças entre os 0 e os 5 anos; 53% para crianças de 6 a 17 anos e 50% para maiores de 18 anos.

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