Brisa perde um quarto do tráfego com a pandemia. Lucros caem 40%
Concessionária perdeu 25% do tráfego nas autoestradas em 2020 devido às restrições impostas por causa da pandemia. Lucro caiu 40% para 123 milhões de euros.
A Brisa viu o lucro cair 40% para 122,9 milhões de euros em 2020, com o resultado da maior concessionária rodoviária do país a ser pressionado pela quebra de 25% no tráfego automóvel nas suas autoestradas, devido às restrições provocadas pela pandemia.
Com seis concessões rodoviárias, a Brisa assegura a operação de cerca de 1.628 km em Portugal, numa rede composta por 17 autoestradas, incluindo a A1, A2 e A3.
Ainda que 2020 tenha sido um ano de quebra do negócio por causa da Covid-19, foi o ano em que o controlo da Brisa mudou de mãos, depois de a família Melo e o fundo Arcus terem vendido em abril uma participação de 81,1% da empresa a um consórcio de investidores internacionais. Com esta transação, que avaliou a Brisa em mais de 3.000 milhões, António Pires de Lima passou a assumir o cargo de CEO da Brisa.
Em comunicado enviado esta quarta-feira ao mercado, a empresa dá conta do desempenho de 2020, um “ano atípico” por causa da pandemia. Adianta que a quebra de um quarto do tráfego médio diário correspondeu a um volume de tráfego de 15.981 veículos por dia. Ou seja, passaram pelas autoestradas da Brisa menos 5.300 carros diariamente no passado em comparação com os números de 2019.
“A partir do mês de março e até ao final do ano, as sucessivas declarações de Estado de Emergência e as várias medidas e restrições impostas pelo Governo português à circulação de pessoas e ao livre exercício de atividades económicas, como resposta à pandemia, tiveram um impacto negativo no tráfego das infraestruturas rodoviárias concessionadas”, explica a Brisa.
Com menos carros nas autoestradas, a Brisa teve menos receitas. Os proveitos operacionais caíram 23,4% para 500,9 milhões de euros, com as receitas de portagem a recuarem 23,7% para 475,3 milhões e as receitas relacionadas com as áreas de serviço a cederem 19,5% para 20,1 milhões de euros.
Por outro lado, a Brisa registou um decréscimo nos custos operacionais, que baixaram 1,7% para 131,7 milhões de euros.
O EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — foi de 369,2 milhões de euros, o que representa uma descida de 29% em termos homólogos.
O investimento na rede concessionada ascendeu a 52,1 milhões, menos 21,2% face a 2019, “estando maioritariamente afeto a obras de alargamento e de reposição de pavimentos”.
A dívida bruta era de 1.810 milhões de euros (ótica nominal). A Brisa adianta que foram amortizados durante o ano passado 39 milhões referente ao empréstimo do BEI e reembolsados os 125 milhões estavam a ser utilizados no âmbito de programas de papel comercial com garantia de subscrição.
(Notícia atualizada às 18h22)
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