Mais de dois milhões de portugueses em risco de pobreza no ano da pandemia

A taxa de pobreza ou exclusão social fixou-se nos 19,8% em 2020, o primeiro ano da pandemia, segundo o INE.

2,037 milhões de portugueses encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2020, o primeiro ano da pandemia, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. O indicador conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida.

Já a taxa de pobreza ou exclusão social fixou-se nos 19,8% em 2020, sendo que tinha sido 21,6% um ano antes, de acordo com o INE. A taxa de privação material dos residentes em Portugal também diminuiu no ano passado, para 13,5%, enquanto a taxa de privação material severa caiu para 4,6%, “mantendo-se a tendência de redução dos dois indicadores”.

Naquele que foi um ano marcado pela pandemia e alguns constrangimentos no acesso à saúde, a “necessidade não satisfeita de consultas médicas nos 12 meses anteriores à entrevista aumentou em 2020 e afetou 3,9% da população com 16 ou mais anos, contrariando a tendência decrescente dos últimos cinco anos”, nota o INE.

Apesar da diminuição na taxa de pobreza, continuou a verificar-se que 38% das pessoas viviam em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa. Já quase um terço encontrava-se em agregados que não tinham “capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada de 500 euros”.

O INE avança ainda que em 2019, 16,2% da população encontrava-se em risco de pobreza. Este indicador corresponde à “proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto equivalente inferiores a 6.480 euros (540 euros por mês)”. De notar que o limiar corresponde a 60% da mediana (10.800 euros) da distribuição dos rendimentos monetários líquidos equivalentes.

Embora a taxa de risco de pobreza para os adultos em idade ativa tenha diminuído para 14,9% em 2019, os riscos de pobreza para os menores de 18 anos e para a população idosa aumentaram para 19,1% e 17,5%, respetivamente. Já quanto à distribuição geográfica, o risco de pobreza continua a ser mais elevado nas regiões autónomas (28,5% nos Açores e 26,3% na Madeira).

O impacto das transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, para a redução do risco de pobreza foi de 5,7 pontos percentuais, superior ao registado nos dois anos anteriores (5,5.p.p.).

(Notícia atualizada às 11h50 com mais informação)

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