Motor da Autoeuropa escapa à falta de chips no mundo
Fabricantes de automóveis de todo o mundo estão a ser penalizada pela falta de chips no mercado. Autoeuropa garante produção "sem interrupções" em Palmela.
Fabricantes automóveis de todo o mundo estão viver tempos de agonia. Depois da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, e agora que a procura por veículos novos começa a ganhar ritmo, estão a enfrentar um crash no mercado dos chips. Uma ameaça à retoma do setor a que a Autoeuropa está a conseguir passar incólume.
Com as restrições à circulação um pouco por todo o mundo, as fabricantes de automóveis ajustaram a produção para adequarem a oferta à franca procura. Deixaram os fornecedores de chips em stand by, forçando-os a procurarem outros mercados. Com os consumidores em casa, para estas empresas, o consumo de bens eletrónicos acabou por ser a solução.
Porém, numa altura em que começam a surgir vislumbres de regresso à normalidade, com a vacinação de cada vez mais pessoas contra a Covid-19, a indústria automóvel começa a ligar as máquinas. Mas estão a faltar os chips para conseguirem fazer rolar os automóveis novos das linhas de montagem.
Esta é a realidade de grandes fabricantes mundiais, desde gigantes norte-americanas como a Ford, General Motors, até às nipónicas Nissan ou Mazda, mas também há constrangimentos na Europa. A Fiat e Peugeot, que agora pertencem ao mesmo grupo, liderado por Carlos Tavares, estão a sentir o impacto. A VW, em Portugal, não.
“O volume planeado e produzido pela Volkswagen Autoeuropa está a correr sem qualquer interrupção na cadeia de fornecimento”, diz fonte oficial da fábrica de Palmela ao ECO.
A unidade portuguesa está a escapar a um travão tecnológico que tem levado muitas concorrentes a reverem em baixa o número de carros que poderão ser produzidos e, em casos extremos, a parar mesmo a produção até que o ritmo de fornecimento de chips possa ser reestabelecido.
É uma “areia” que não está a travar a engrenagem da Autoeuropa, o motor da economia portuguesa. E permite à fábrica portuguesa da gigante alemã não perder o “comboio” na produção, isto depois dos percalços sentidos no final de janeiro, altura em que a unidade teve de se ajustar à falta de trabalhadores por causa do novo confinamento.
"O volume planeado e produzido pela Volkswagen Autoeuropa está a correr sem qualquer interrupção na cadeia de fornecimento.”
O encerramento das escolas obrigou a Autoeuropa a parar alguns dias para enfrentar a nova realidade. Com apenas 15 turnos por semana, houve uma “perda semanal de 1.200 veículos em relação ao programa de produção”, disse o diretor geral da fábrica, Miguel Sanches, ao ECO. Retomou, entretanto, a produção a 100% com recurso a trabalhadores temporários que substituíram os país que ficaram em casa a dar apoio aos filhos.
Em janeiro, a produção automóvel em Portugal encolheu em 12,5%. Segundo a ACAP, foram produzidos 20.588 automóveis ligeiros de passageiros e 5.111 de mercadorias, o que representa um decréscimo de 12,1% e 12,6%, respetivamente, face a janeiro de 2020. Já no que diz respeito aos veículos pesados, a queda foi ainda maior. Em janeiro de 2021 foram produzidos 244, menos 37,5% em comparação com o período homólogo.
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