Confinamento acelerou tech dos ginásios, mas estão prontos para abrirem “o mais depressa possível”

Com os ginásios fechados, a aposta no online foi a tábua de salvação do setor. Apesar de ainda não haver data para a retoma, ginásios garantem estar prontos para abrirem "o mais depressa possível".

Quando é que podemos voltar a … É a nova rubrica diária do ECO, numa altura em que se assinala um ano desde que foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 em Portugal. Com o confinamento, muitas atividades fecharam portas e a nossa vida mudou. Com a descoberta e distribuição das vacinas, muitos países e algumas atividades já começam a planear o desconfinamento. Em Portugal, quando é podemos voltar ao nosso local do trabalho e às escolas? Quando é que poderemos voltar aos festivais de música e viajar sem restrições? E ao cinema, aos museus e a uma discoteca? Quando é que poderemos voltar a ver futebol nos estádios e ir ao ginásio? Nesta série de artigos fomos falar com responsáveis de cada um desses setores.

O Governo comprometeu-se a apresentar o plano de desconfinamento já na próxima semana, a 11 de março. Não obstante, Presidente da República e Executivo estão em sintonia e apontam que o confinamento deverá estender-se ao longo deste mês, pelo que a abertura dos vários setores não deverá acontecer antes da Páscoa. Esta é também a expectativa de Juan del Río, CEO do grupo VivaGmy, dono do Fitness Hut. Estima que os ginásios voltem a abrir “durante o mês de abril e princípio de maio”, mas garante que o grupo está pronto para abrir “o mais depressa possível”.

Estamos preparados para poder abrir o mais depressa possível. Se o mais depressa possível for depois da semana Santa estamos preparados, porque a realidade é que os indicadores da Covid em Portugal estão a melhorar muito rapidamente”, assinala o responsável, em declarações ao ECO.

A evolução da crise sanitária vai ditar a data de reabertura destes espaços, contudo, o regresso às dinâmicas dos tempos pré-pandemia está longe de ser uma realidade. Para o CEO do Vivagmy as restrições relativas à Covid-19 vão manter-se “de maneira muito semelhante” às aplicadas no primeiro confinamento, isto, é, com a limitação de pessoas, a obrigatoriedade de os utentes marcarem a horário do treino, medidas de desinfeção dos equipamentos e espaços, bem como os balneários interditos, por exemplo.

A perspetiva de uma volta à normalidade é, portanto, ainda uma incógnita, mas a esperança pode estar na vacina, já que à medida que “que a vacina seja administrada a mais cidadãos”, as pessoas vão perdendo “a incerteza do medo”, o que vai permitir que retomem os hábitos pré-pandemia, aponta o responsável.

Os primeiros dois casos de infeção por Covid-19 foram detetados a 2 de março de 2020, mas a rápida evolução da pandemia no país, bem como a disseminação do vírus Sars-CoV-2 a nível mundial, levou a que Portugal entrasse em confinamento obrigatório 17 dias depois, com várias restrições à mobilidade dos cidadãos e a maioria dos estabelecimentos fechados. Com os espaços encerrados, muitos ginásios decidiram cancelar a cobrança de mensalidades, mas continuaram a trabalhar, procurando manter os portugueses em boa forma física, ainda que à distância, através de aulas virtuais.

A pandemia teve um impacto muito forte, que nos levou a uma perda de sócios perto dos 45% em Portugal. Além disso, significou que durante todos estes meses nunca conseguimos operar de maneira normal porque grande parte do tempo estivemos encerrados

Juan del Río

CEO do VivaGym Group, dono do Fitness Hut

Depois do pico da primeira vaga em abril, os números começaram a baixar e o Executivo avançou no início de maio para um alívio das medidas. Contudo, os ginásios foram um dos últimos setores a ter “luz verde” para reabrir, medida que sucedeu só na terceira fase do desconfinamento, a 1 de junho. E se por uns meses a indústria respirou de alívio, em janeiro deste ano voltariam à “estaca zero” com o novo confinamento. “A pandemia teve um impacto muito forte, o que nos levou a uma perda de sócios perto dos 45%“, revela o CEO do grupo a qual pertence o Fitness Hut, ao ECO.

Um ano difícil para o setor

Nesse sentido, o responsável admite que os últimos 12 meses não foram fáceis de gerir, já que estão fechados ” há quase cinco meses” e com a agravante de que no período em que puderam voltar a reabrir portas foram obrigados a implementar “protocolos de segurança e saúde que implicaram transformações no modo de operar dos ginásios”, sinaliza.

Assim, apesar de este ter sido “um ano inesperado” e de “muitos improvisos”, existiram alterações “positivas” ao nível das equipas e do modelo de negócio. Juan del Río destaca que os profissionais dos ginásios demonstraram uma “grande capacidade de resistência e um compromisso muito forte” e que os ginásios descobriram “oportunidades de poupança importantes” ao nível dos gastos operativos. Além disso, sinaliza que houve “uma aceleração dos processos tecnológicos das propostas online”, que permitiu um avanço de “pelo menos cinco anos” face ao que teria acontecido sem pandemia.

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