Auditor fixa preço da Media Capital em 72,5 cêntimos, acima da oferta de Mário Ferreira
O auditor independente que avaliou a Media Capital fixou uma contrapartida mínima de 72,5 cêntimos. Mário Ferreira pagará até 43,6 milhões pelas restantes ações da empresa que ainda não detém.
Está fixada a contrapartida mínima pelas ações da Media Capital, no âmbito das duas Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) em curso sobre a dona da TVI. O auditor independente designado pela CMVM determinou um preço de referência de 72,5 cêntimos, acima dos 67 cêntimos oferecidos por Mário Ferreira através da Pluris Investments, mas também da contrapartida máxima de 41,5 cêntimos que condicionava a OPA da Cofina sobre 94,69% do capital da empresa.
A informação foi anunciada esta terça-feira pela CMVM: “No seu relatório, o auditor refere que ‘em nossa opinião, o valor do capital próprio da Media Capital ascende a 61.313.996 euros, o que representa cerca de 0,725 euros por cada ação'”, refere a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias, numa nota informativa publicada ao final da tarde.
Isto significa duas coisas. Por um lado, o preço da OPA da Pluris vai ser superior ao mínimo que tinha sido oferecido por Mário Ferreira. Depois de ter sido obrigado pelo supervisor a lançar esta oferta, o empresário tinha proposto pagar não menos do que 67 cêntimos por cada ação que ainda não detém (num total de 69,78% do capital da dona da TVI), mas, nos termos da lei, teria sempre de oferecer a contrapartida definida por este auditor acrescida de 2%.
Assim, feitas as contas ao abrigo da nova informação disponível, o empresário terá de se disponibilizar a desembolsar 73,95 cêntimos, ou um máximo de 43,6 milhões de euros caso consiga adquirir a totalidade das ações. (Mário Ferreira foi eleito, em novembro, presidente do Conselho de Administração da Media Capital e também é acionista do ECO.)
Por outro lado, o preço definido pelo auditor independente deve deitar por terra o grosso da OPA da Cofina sobre a Media Capital, que passa a cingir-se a 5,31% das ações da dona da TVI. “A Cofina informará no prazo de três dias se pretende ou não renunciar à mesma”, indica a CMVM.
Quando anunciou a revisão da oferta em agosto, depois de o supervisor ter-se recusado a pôr fim à operação que estava em curso, a Cofina propôs pagar o preço fixado pelo auditor (72,5 cêntimos) por uma “fatia” de 5,31% da empresa, impondo várias condições para adquirir os restantes 94,69%. Uma delas era a contrapartida não exceder 41,5 cêntimos, o que agora se verifica. Caso consiga adquirir os 5,31%, a dona do Correio da Manhã terá de pagar quase 3,3 milhões de euros.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h51)
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