Calçado português ganha quota em ano de pandemia
As exportações de calçado português recuam 16% em ano de pandemia, mas Portugal ganhou quota em comparação com alguns países europeus. Exportações na Europa recuaram 18,6%.
Portugal exportou, o ano passado, 61 milhões de pares de calçado, no valor de 1494 milhões de euros, uma quebra de 16,3%. No entanto, o calçado português ganhou quota de mercado, tendo em conta que as exportações europeias recuaram 18,6%.
Entre os principais concorrentes, Itália registou uma quebra de 23% ao exportar oito mil milhões, enquanto em Espanha a quebra foi relativamente menor ao cair 16,1%, o que corresponde 2,4 mil milhões exportados.
“Foi um ano muito difícil. As empresas portuguesas procuram resistir como puderam, num contexto de enorme complexidade (….) ainda que Portugal tenha tido um desempenho melhor que o dos concorrentes internacionais, é justo reconhecer que o impacto da pandemia foi particularmente mais forte em Itália e Espanha em 2020”, refere Luís Onofre, presidente da Associação Portuguesa Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos (Apiccaps).
Em Portugal, a quebra das exportações foi menos acentuada nos países extracomunitários. Para a União Europeia, Portugal exportou 55 milhões de pares de calçado, no valor de 1302 milhões de euros, menos 14,3%.
O peso dos países extracomunitários – recuo das vendas de 27% – ascendeu, no último ano, a 13% do total exportado. Na última década, esta é uma das grandes conquistas do setor, uma vez que o peso das vendas extracomunitárias praticamente duplicou.
Já o calçado de couro – que representa a maior parte das exportações portuguesas de calçado – recuou 17,2%, enquanto em Itália a quebra foi de 27,1%. A Europa exportou menos 19,8% em calçado em couro.
As exportações portuguesas de calçado revelaram um bom desempenho em alguns segmentos, como o calçado impermeável que cresceu 21% no ano passado, para 43 milhões de euros.
No último ano, a nível mundial, dados do World Footwear apontam para uma quebra de consumo de 22,5%. Na Europa a quebra é ainda mais expressiva (27,5%). Feitas as contas, foram comercializados menos 5 mil milhões de pares de calçado no último ano, em todo o mundo.
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