Gentiloni promete: “Não iremos repetir o erro da última crise”

O comissário europeu para os assuntos económicos garantiu que a União Europeia não vai repetir o erro da última crise. Ou seja, os estímulos são para manter até deixarem de ser necessários.

Em 2008/2009, na crise financeira, a União Europeia uniu-se inicialmente para coordenar uma resposta orçamental. Contudo, esta durou pouco e rapidamente os países tiraram o tapete, virando-se para políticas austeras. Na Europa, esse passado ainda está presente na mente dos decisores políticos e, por isso, Paolo Gentiloni, comissário europeu para os assuntos económicos, garantiu esta segunda-feira que não serão cometidos os mesmos erros na crise pandémica.

Temos de manter o apoio orçamental. Não iremos repetir o erro da última crise“, prometeu Gentiloni, na conferência de imprensa desta segunda-feira após a reunião do Eurogrupo. O comissário europeu argumentou ainda que “retirar os estímulos muito rápido seria um erro de política”, uma ideia para a qual há um “consenso crescente na Europa e internacionalmente”.

Para a Comissão Europeia a melhor forma de assegurar a sustentabilidade da dívida pública é apoiar a retoma e, por isso, é necessário manter a política orçamental expansionista com medidas temporárias que contrariem os efeitos da crise pandémica. Estes comentários surgem depois dos ministros das Finanças terem concordado num comunicado sobre estímulos orçamentais onde indicam que estes terão de manter-se no terreno também em 2022.

O comissário italiano relembrou que a pandemia provou “diferenças enormes” entre os setores que requerem contacto físico e os restantes, as quais “irão provavelmente persistir” durante algum tempo. “Isto não é algo que se pode resolver em algumas semanas”, disse, pedindo uma retirada das medidas de forma “gradual” e com uma “calibração cuidadosa”. “Caso contrário, o risco de um aumento de falências e de um dano económico mais duradouro será difícil de evitar“, conclui.

Paolo Gentiloni falou ainda dos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) nacionais, dizendo aos jornalistas que a Comissão Europeia está a “encorajar” o uso de empréstimos que estão disponíveis para os Estados-membros. O comissário europeu considera que esta seria uma oportunidade para ir mais além nos investimentos e nas reformas, usando dinheiro “barato”, mas disse compreender a “cautela” de alguns países, nomeadamente os mais endividados, como é o caso de Portugal que optou por pedir uma pequena parcela de empréstimos.

Quanto ao processo informal de negociação dos PRR nacionais entre Bruxelas e as capitais, Gentiloni explicou que tem existido “bom progresso” nas últimas semanas, mas reconheceu que é “difícil” chegar a acordo sobre os detalhes das metas e dos objetivos que têm de ser alcançados nos investimentos e nas reformas em que os países querem alocar o dinheiro europeu.

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