Bial cresce 11% e contrata 90 colaboradores em ano de pandemia
Nem a pandemia impediu a Bial de manter os investimentos previstos. Investiu 110 milhões numa nova filial de biotecnologia nos EUA, entrou em novos mercados e está a reformular o parque industrial.
A economia voltou a fechar para travar os efeitos da pandemia. Para quando a retoma? O ECO foi falar com vários empresários sobre as perspetivas de retoma nos seus respetivos setores e o que é necessário para ultrapassar as dificuldades.
Com a pandemia, a procura por medicamentos disparou e a farmacêutica portuguesa Bial cresceu 11% e contratou, o ano passado, 90 colaboradores a nível global, sendo que 60 foram recrutados para Portugal. Esta contratação visou dar resposta aos planos de desenvolvimento a longo prazo, à entrada em novos mercados — o ano passado a Bial entrou no mercado suíço e este ano em França — e para responder à procura de medicamentos que disparou 50% no início da pandemia.
O presidente da farmacêutica Bial, António Portela, conta ao ECO, que conseguiram, de forma geral, cumprir com os planos que estavam previstos para 2020. “Acabou por ser um ano positivo onde crescemos 11%, embora tenhamos ficado aquém daquilo que gostaríamos de ter feito”, refere.
Mesmo em cenário de pandemia, a Bial manteve os investimentos que estavam previstos, entre eles o centro de inovação em Boston dedicado à doença de Parkinson, um investimento de 110 milhões de euros. Paralelamente a este investimento, a Bial começou, o ano passado, a reformular o parque industrial na Trofa.
António Portela explica que a área de investigação é “absolutamente crítica para o desenvolvimento” da Bial. “É a descoberta de novos e inovadores medicamentos, principalmente na área do Parkinson e epilepsia, que tem conseguido transformar a empresa”. Acrescenta que a farmacêutica investe, em média, cerca de 50 a 60 milhões de euros por ano no desenvolvimento de novos medicamentos. A descoberta destes novos medicamentos são um dos ingredientes para o crescimento da empresa e representa cerca de dois terços da faturação da Bial.
Cerca de 20% da faturação anual da farmacêutica portuguesa destina-se à Investigação e desenvolvimento. Face a esta aposta em investigação, a Bial foi a segunda empresa portuguesa com maior investimento em I&D, ocupando a 395.ª posição no ranking de mil empresas europeias.
Em ano de pandemia, a Bial conseguiu a aprovação e entrada do medicamento para o Parkinson nos EUA, Japão e Coreia. “Estas concretizações tiveram um impacto grande e foi a partir daqui que conseguimos crescer durante o ano de 2020, embora já estivessem planeadas há muito tempo”, refere o presidente da farmacêutica.
A Bial tem dez filiais está presente em mais de 55 mercados a nível global e emprega mil colaboradores espalhados por vários países, sendo que mais de 500 estão em Portugal. A equipa é composta por 90% de licenciados e 10% doutorados.
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