Tombo dos CTT na pior sessão do ano na bolsa de Lisboa
Correios tombam mais de 10% e deixam investidores nacionais em sentido. Mas pessimismo do mercado vai além fronteiras justamente porque Trump fechou as fronteiras aos refugiados.
Os sentimentos estão ao rubro também nos mercados financeiros por causa da ordem de Trump para travar a entrada de refugiados nos EUA. Lisboa não escapa à maré vendedora que se assiste em todo o Velho Continente e vai registando a pior sessão do ano. E tudo por causa das ações do CTT que continuam a afundar mais de 10% depois de a empresa de serviço e banco postal ter revisto em baixa as perspetivas para a sua atividade. Milão cai 2%. Há forte aversão ao risco.
O PSI-20, o principal índice português, cede 1,69% para 4.531,89 pontos, numa altura em que apenas uma cotada (Pharol) segue em terreno positivo. Das que negociavam sob pressão vendedora, destaque pleno para os CTT, cujos títulos estão que queda livre depois de a cotada lidera por Francisco Lacerda ter anunciado na sexta que o EBITDA vai cair mais do que o esperado depois de o negócio com a entrega de cartas ter recuado no último trimestre do ano. Por causa disto, várias casas de investimento cortaram a avaliação para as ações dos CTT.
“Isto é obviamente bastante negativo e a evolução do volume de tráfego postal no segundo semestre foi especialmente desapontante, o que juntamente com um efeito mix negativo (menos correio registado) levou a uma grande queda nas receitas de correio”, diziam os analistas do Haitong, que colocaram os CTT sob revisão.
CTT já não dão cartas
Também o BCP afunda mais de 3% para os 0,1485 euros, com os direitos do aumento de capital a recuarem mais de 6% no último dia em bolsa. E, entre as grandes cotadas, a Galp cai 1,3% e a Jerónimo Martins perde 0,6%.
No mercado de dívida, que também influencia o comportamento do mercado acionista nacional, os juros das obrigações a 10 anos voltam a agravar-se esta segunda-feira para níveis acima dos 4,2%. Uma evolução que surge depois dos avisos do Eurogrupo sobre a necessidade de o Governo implementar mais reformas. Lembra-se da emissão sindicada de dívida no início do ano? Está a ser um mau negócio para os investidores.
Juros em escalda desde o início do ano
No plano europeu, o FTSE Mib lidera as perdas. O índice milanês recua 1,93% para 18.955,24 pontos. Mas as perdas estendem-se a todo a região: as bolsas de Madrid e Paris cedem ambas 0,9%, o DAX 30 de Frankfurt cai 0,8%.
Michael Hewson, analista da CMC Markets, escreveu, numa nota citada pela Bloomberg, que os protestos em massa depois da decisão de Donald Trump de proibir a entrada de refugiados de alguns países nos EUA “atiraram os investidores para a berma da estrada”, acrescentando que está a crescer a incerteza do mercado em relação à possibilidade de o Presidente norte-americano provocar danos na maior economia do mundo.
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