Regulador chinês pune Haitong Securities por falhas de controlo interno
Regulador chinês proibiu a Haitong Securities, que detém indiretamente o banco Haitong, de exercer atividade de consultoria de investimento em títulos para institucionais durante um ano.
O regulador do mercado chinês proibiu a Haitong Securities de realizar trabalho de consultoria de investimento em obrigações para investidores institucionais durante um ano, depois de ter detetado várias falhas internas na maior corretora chinesa que detém indiretamente o banco de investimento português Haitong Bank (ex-BESI).
De acordo com a imprensa chinesa, o caso está relacionado com uma emissão de dívida da empresa estatal Yongcheng Coal, que em novembro entrou em default no valor de mil milhões de yuan (cerca de 130 milhões de euros) pouco tempo depois da operação.
Este evento de incumprimento chamou as atenções das autoridades junto de quem ajudou a montar a operação financeira. A Associação Nacional de Investidores Institucionais do Mercado Financeiro (NAFMII) disse ter encontrado violações regulatórias na Haitong Securities e três instituições relacionadas com o grupo que também estiveram envolvidas no default da Yongcheng. Os casos foram encaminhados para o Banco Popular da China e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC).
Na altura, a Haitong Secutiries assegurou que ia tomar as medidas necessárias para corrigir as falhas nas suas operações comerciais, incluindo o reforço da formação de pessoal e melhoria dos controlos internos.
Contudo, esta semana, a CSRC (equivalente à CMVM) anunciou a suspensão da Haitong Securities de exercer atividade de consultoria de investimento em títulos para investidores institucionais durante um ano. A Haitong Securities detém 100% da Haitong Holding Internacional, que é dona do português Haitong Bank.
O polícia dos mercados de Shanghai considerou que a Haitong Secutiries foi responsável por más práticas no curso das operações comerciais que causaram “sérios efeitos negativos” no mercado: 1) falhou no controlo e prevenção de riscos de forma eficaz enquanto conduzia determinadas atividades de consultoria de investimento e gestão de ativos privados; 2) não conseguiu incorporar práticas relevantes no sistema de controlo de risco de compliance; 3) não separou de forma efetiva as áreas de subscrição de títulos de dívida e gestão de ativos, e não existia um mecanismo de revisão de conflito de interesses.
Além da suspensão de um ano, a Haitong Securities terá de fazer inspeções regulares ao sistema de compliance e informar o regulador acerca dos resultados das inspeções. A empresa terá oportunidade de se defender perante a CSRC.
O ECO contactou o Haitong Bank sobre os potenciais impactos desta decisão mas ainda não recebeu resposta.
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