Quinta do Lago investe sete milhões para ter golfe mais sustentável no Algarve

No verão de 2021, o resort de luxo vai substituir a relva dos campos de golfe (muito dependentes de água) por uma opção mais sustentável e adaptada a climas quentes, como o do Algarve.

Em plena Reserva natural da Ria Formosa, no Algarve, um dos mais antigos resorts de luxo do Algarve, a Quinta do Lago, conta com um programa estruturado de gestão ambiental e, durante o tempo em que esteve encerrado por causa da pandemia de Covid-19 fez um investimento de sete milhões de euros na renovação do Campo de Golfe Sul para implementar uma eco estratégia de raiz e torná-lo mais sustentável.

Além disso, o resort tem em curso outras iniciativas de sustentabilidade, como uma maior integração com a comunidade local, a redução da utilização de plástico e ainda Q Farm, uma quinta agrícola criada no coração da propriedade de luxo para fornecer os 12 restaurantes residentes com produtos frescos e produzidos localmente, ajudando assim a impulsionar o objetivo de 0% de desperdício nas cozinhas e a melhorar os menus com mais opções vegan e ambientalmente equilibradas.

Destino de golfistas vindos de todo o mundo ao longo dos últimos 45 anos, foi com a chegada da pandemia de Covid-19 e o encerramento dos seus espaços hoteleiros que a Quinta do Lago decidiu levar a sua iniciativa de sustentabilidade mais além e realizar um dos maiores investimentos até agora para tornar a prática de golfe mais sustentável

De acordo com a administração do resort, a Quinta do Lago segue já um programa estruturado de gestão ambiental denominado OnCourse gerido pela Organização Ambiental do Golfe (GEO Foundation), a única organização a nível internacional sem fins lucrativos inteiramente que se dedica a fornecer um sistema de padrões de sustentabilidade, programas de apoio, reconhecimento e desenvolvimento de capacidades para a indústria do golfe.

“A renovação do Campo Sul, no valor de aproximadamente sete milhões de euros, está a impulsionar a nova estratégia ecológica e incorpora um plano de três níveis: fomentar a natureza, conservar recursos e apoiar a comunidade. Esta renovação, pensada com o ambiente em mente, envolve novas bombas no lago para reduzir em 20% a produção/consumo de energia, melhorar a irrigação e qualidade da água e introduzir plantas nativas em redor dos campos de golfe de forma a controlar e remover espécies exóticas invasoras“, revelaram os responsáveis da Quinta do Lago ao Capital Verde.

Agora, o próximo passo é substituir a atual relva dos campos de golfe do resort (que têm uma grande dependência de irrigação e preferem climas mais frio) por uma opção mais sustentável que a Quinta do Lago quer encorajar e que poderá ser plantada e mantida com um tempo mais quente. Assim, durante os meses de verão, os greenkeepers do resort estarão a trabalhar nesta transição com vista a reduzir a dependência dos recursos naturais, como a água.

Em 2020, o resort conseguiu já reduzir a área de terra irrigada nos campos de Laranjal e Sul e tem agora uma nova frota de buggies completamente elétrica.

Além disso, e em paralelo com uma monitorização mensal da diversidade e população das espécies presentes no resort, a Quinta do Lago está também a desenvolver um esquema de plantação de espécies nativas para combater espécies invasoras e criar uma paisagem biodiversificada local. Somam-se ainda abrigos para insetos, importantes no controlo de pragas, reduzindo a necessidade da utilização de inseticidas. Por outro lado, a colocação de caixas de ninho para aves, para atrair diferentes espécies, oferece uma solução para controlar pragas de insetos e roedores, tais como a lagarta processionária do pinheiro.

Outros dos projetos de sustentabilidade da Quita do lago chama-se Quinta Farm – ou Q Farm – e é um processo de desenvolvimento planeado em que os produtos utilizados nos restaurantes são cultivados no próprio resort, como uma extensão da cozinha de cada restaurante, sendo que os chefs podem solicitar ingredientes específicos necessários para fazer os seus pratos de assinatura.

Conta com 2.300 m2, parte dos quais em estufa, com vegetais sazonais, ervas e flores comestíveis e alguns frutos. Com uma prática de agricultura biológica, a rotação de culturas e o uso de compostagem é uma prioridade, frisa a administração do resort. “Como parte deste programa de sustentabilidade, a Quinta do Lago está também a entrar na área da apicultura, de forma a criar abelhas e produzir o seu próprio mel. Nos próprios restaurantes, apenas 3% dos produtos vendidos de plástico são de utilização única, correspondendo a garrafas de água para take-away”, rematam.

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