Banco central belga processado por “alimentar a crise climática”
Os ativistas ambientais alegam que a participação num programa de compra obrigações de empresas para ajudar a impulsionar a economia da Zona Euro está a ajudar a "alimentar a crise climática".
O banco central da Bélgica foi processado, de acordo com a Bloomberg Green, por ativistas ambientais que alegam que a sua participação num programa de compra obrigações de empresas para ajudar a impulsionar a economia da Zona Euro está a ajudar a “alimentar a crise climática”.
A ClientEarth apresentou o processo no tribunal de primeira instância de Bruxelas na semana passada, de acordo com um comunicado emitido esta terça-feira e citado pela Bloomberg. Os ativistas pedem à justiça belga que ponha fim à compra destas obrigações, o que poderá exigir que o Banco Central Europeu estabeleça condições mais rígidas para que bancos centrais possam adquirir ativos.
Desde 2016 que o BCE compra obrigações de empresas como parte da sua estratégia para apoiar a economia e travar a inflação. No entanto, as associações ambientalistas criticam esta política porque dizem que favorece as “dívidas mais intensas em carbono”, e pediram à instituição para eliminar mesmo estes títulos de sua carteira de ativos.
Do lado do BCE, a presidente Christine Lagarde, fez das mudanças climáticas um elemento fundamental na revisão estratégica do banco, um exercício que deve ficar concluído no segundo semestre do ano. A ClientEarth diz ainda que vai para levar o caso ao tribunal superior da União Europeia, para que este decida se o programa de compra do BCE é válido ou não.
“Argumentamos que a decisão do BCE de estabelecer o programa falhou em avaliar o impacto climático da compra desses ativos corporativos, apesar das suas obrigações legais de fazê-lo”, disseram os ambientalistas da ClientEarth, citados pela Bloomberg. Pierre Wunsch, governador do Banco Nacional da Bélgica, disse mesmo que “o BCE não possui as ferramentas certas para combater as mudanças climáticas”.
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