Crédito ao consumo trava a fundo com portugueses confinados. Automóvel explica quebra
Em fevereiro, os portugueses pediram 382 milhões de euros aos bancos e financeiras em créditos ao consumo. Uma nova quebra face ao mês anterior, pelo quinto mês consecutivo.
O crédito ao consumo voltou a abrandar em fevereiro, pelo quinto mês consecutivo. No segundo mês do ano, as instituições financeiras concederam aos portugueses um total de 382 milhões de euros, altura em que o país se encontrava, novamente, confinado. Este é um recuo que se explica pela evolução negativa do crédito automóvel.
Num mês em que a pandemia obrigou novamente muitas atividades económicas a ficarem “em pausa” e em que os stands automóveis estiveram fechados por imposição do Governo, os portugueses pediram às instituições financeiras o montante de “apenas” 133 milhões de euros para aplicar na aquisição de automóveis, fossem novos ou usados. Este trata-se do valor mais baixo desde abril de 2020.
Valor esse que se encontra bastante abaixo dos 233 milhões de euros emprestados pelos bancos para essa finalidade em fevereiro do ano passado, altura em que a pandemia ainda não tinha chegado a Portugal. Em comparação com o mês de janeiro, estamos também perante uma quebra, na ordem dos 15,6%, pois nesse mês os consumidores tinham requisitado 158 milhões para comprar um novo carro.
A redução dos valores concedidos aconteceu nas diferentes tipologias de financiamento automóvel, tanto para veículos novos, como para usados. A modalidade de locação financeira ou ALD (Aluguer de Longa Duração) registou quebras de 22,2% e de 20,1% face ao mês anterior, dependendo se estavam em causa automóveis novos ou usados, respetivamente. No caso dos contratos com reserva de propriedade e “outros”, as descidas foram de 11,6% (veículos novos) e de 15,3% (veículos usados) em comparação com janeiro.
Esta tendência veio influenciar a quebra que existiu ao nível dos montantes contratualizados pelos consumidores de forma genérica. Considerando todas as finalidades de crédito ao consumo, o montante desceu, no segundo mês do ano, para os 382.299 mil euros. Uma quebra de apenas 1% face ao mês anterior (386.250 mil euros), mas bastante significativa em comparação com o período homólogo (651.126 mil euros), na ordem dos 41,3%. Estamos, desta forma, perante o valor menos expressivo desde maio do ano passado.
Olhando para os diferentes tipos de crédito pessoal, vemos que, em comparação com o mês de janeiro, foi pedido menos dinheiro para fins de educação, saúde, energias renováveis ou locação financeira de equipamentos, valor que se fixou nos 6.043 mil euros – um decréscimo de 3,2%. Porém, no que toca aos outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades), o montante requisitado aumentou 11,6% de um mês para o outro, para os 177.552 mil euros.
Uma tendência crescente regista-se, também, ao nível dos valores disponibilizados em cartões de crédito, que subiram em fevereiro face aos 63.248 mil euros de janeiro. Assim, os portugueses pediram aos bancos 65.581 mil euros no segundo mês do ano, aumento na ordem dos 3,7%. Porém, comparando com o período homólogo, em que esse montante foi de 106.823 mil, estamos perante uma descida significativa (-38,6%).
(Notícia atualizada às 11h46 com mais informação)
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