Brisa inaugura rede Via Verde Electric no Alentejo, quer ter cobertura nacional até ao verão

Já este verão será possível atravessar Portugal, de norte a sul, num veículo elétrico abastecido em 24 postos de carregamento elétrico em 12 áreas de serviço, garante a Brisa.

A Brisa, a IONITY e a Cepsa inauguraram oficialmente esta quarta-feira a rede de carregamento elétrico Via Verde Electric com os primeiros quatro postos de carregamento elétrico ultrarrápido instalados numa autoestrada nacional e que já estão em pleno funcionamento.

Este é apenas o primeiro passo para que, até ao verão de 2021, seja possível atravessar Portugal, de norte a sul, num veículo elétrico abastecido na nova rede Via Verde Electric, que terá carga rápida (de 50 kW) e ultrarrápida (de 150 kW a 350 kW). A primeira fase desta rede vai contar assim já no próximos meses com 24 postos de carregamento em 12 áreas de serviço da Brisa, o “suficiente para fazer a viagem de Valença até ao Algarve numa viatura elétrica”, garantiu o CEO da Brisa, António Pires de Lima, em declarações aos jornalistas à margem do evento.

“Depois do verão, daremos continuidade à expansão da rede e no total serão 82 postos de carregamento elétrico em 40 áreas de serviço, que até novembro, até ao final de 2021, estarão disponíveis para os clientes da rede de autoestradas da Brisa”, disse o responsável, anunciando ainda que as inaugurações dos próximos postos de carregamento desta rede nacional serão já na próxima semana em Santarém, com a BP e a EDP. No final de 2021, 40 municípios portugueses serão abrangidos por esta rede de carregamento elétrico.

“Era um sinal importante fazer esta inauguração em Almodôvar, no Alentejo, numa zona do interior do país. A nossa preocupação de cobertura estende-se a todo o país, e numa zona fundamental de acesso ao Algarve. Esperamos que este ano haja um movimento importante de portugueses e turistas espanhóis a deslocar-se no verão para as nossas praias do sul do país, e que possam vir já de veículo elétrico”, disse Pires e Lima, prometendo carregamentos elétricos na rede Brisa em “10 a 15 minutos quase para a capacidade máxima da bateria”.

Quanto ao preço de carregamento, disse, “o valor depende do contrato que o cliente tiver celebrado com o seu respetivo CEME [comercializador para a mobilidade elétrica]”. “É impossível pensar que a disponibilidade destes serviços e a concretização destes investimentos se faz e se disponibiliza de forma gratuita às pessoas. É normal que tenham de pagar pelos serviços. O carregamento de um automóvel elétrico é uma opção bastante económica do ponto de vista financeiro. É uma escolha com benefícios e não apenas do ponto de vista ambiental”, frisou Pires e Lima, a propósito da nova taxa Mobi.E que começou recentemente a ser cobrada e veio agravar os preços da mobilidade elétrica.

Para pagar os carregamentos na rede Via Verde Electric de forma 100% digital, a Brisa vai lançar dentro de um mês uma nova funcionalidade na aplicação móvel da Via Verde, acessível tanto a automobilistas portugueses como estrangeiros que se desloquem nas autoestradas nacionais e queiram carregar os seus veículos elétricos. No entanto, este serviço é independente do dístico da Via Verde, necessário para pagar as portagens.

“É preciso sempre fazer um contrato com um comercializador e ser aderente Via Verde. É um serviço adicional que será prestado pela Brisa. Tal como hoje já se usa a aplicação para pagar estacionamento em parques, por exemplo, este será um serviço extra”, disse Pires de Lima.

A Brisa planeia apresentar nos próximos meses o seu novo Plano Estratégico, que prevê a “descarbonização total das suas atividades até 2045 e até 2030 reduzir as emissões de carbono das suas atividades em 60% face a 2010”, anunciou o CEO.

10 milhões para criar a maior rede de longa distância de carregamento elétrico em Portugal

No final de 2019, a Brisa uniu-se em parceria à BP, Cepsa, EDP Comercial, Galp Electric, Ionity, Repsol, e juntas estas oito empresas fizeram um investimento global de 10 milhões de euros para criar a maior rede de longa distância de postos de carregamento elétrico do país.

A operadora de infraestruturas de transporte fala de uma “cobertura total da rede Brisa”: 11 autoestradas, 1.124 quilómetros, 40 zonas de carregamento de longa distância em áreas de serviço. Os carregamentos elétricos feitos nesta nova rede da Brisa poderão ser pagos através dos identificadores ou da aplicação móvel da Via Verde, tal como já acontece em parques de estacionamento ou bombas de gasolina. Está também em estudo o carregamento a hidrogénio nas áreas de serviço da Brisa, no futuro.

Dos 82 carregadores, 80% estarão localizados nos três principais eixos rodoviários do país: 28 serão em 14 áreas de serviço da A1 (Lisboa/Porto), 22 em 11 bombas da A2 (Lisboa/Algarve) e outros 12 em 6 áreas de serviço da A6 (Ligação a Espanha via Badajoz).

Para já, e partir de agora, os condutores já podem começar a carregar os seus veículos elétricos na rede Via Verde Electric a sul, nos postos recém-inaugurados com uma potência de 350 kW e instalados nas áreas de serviço de Almodôvar, no quilómetro 193 da A2, nos sentidos Algarve-Lisboa e Lisboa-Algarve.

Para o CEO da Brisa, António Pires de Lima, “a descarbonização da economia é uma prioridade estratégica das empresas. A criação da rede Via Verde Electric é um contributo significativo da Brisa para a transformação da mobilidade e para um transporte rodoviário sem carbono”.

Ao abrigo desta parceria entre a Brisa, a IONITY e a Cepsa, na rede Via Verde Electric serão ainda instalados 12 postos de carregamento ultrarrápido nas áreas de serviço de Barcelos, na A3, de Estremoz, na A6, ambos em maio, e em Leiria, na A1, em julho. Com uma potência de 350 kW, os carregadores da IONITY estão entre os mais potentes do mercado e ajustam-se automaticamente à capacidade das baterias dos carros elétricos.

“Com a inauguração do Via Verde Electric, a Brisa dá um passo importante na sua contribuição para a transição energética no setor da mobilidade e assume o seu papel como operador de mobilidade sustentável, com soluções ambientais que visam diminuir as emissões de carbono na sua extensa rede de autoestradas, em conjunto com os seus parceiros”, afirmou a empresa em comunicado.

Além disso, até ao final do ano, esta aliança entre a IONITY e a Cepsa na mobilidade elétrica vai permitir igualmente atravessar as fronteiras de Portugal e Espanha num carro elétrico. “Esta aliança vai permitir cobrir as principais estradas urbanas portuguesas e espanholas, assim como as ligações rodoviárias ao continente europeu, com postos de carregamento ultrarrápido localizados em pontos estratégicos nos principais corredores peninsulares”, referiram as duas marcas no mesmo comunicado

A cerimónia de inauguração do Via Electric contou com a presença do Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, do presidente da comissão executiva da Brisa, António Pires de Lima, do CEO da Brisa Concessão Rodoviária, Manuel Melo Ramos, do country manager para Portugal e Espanha da IONITY, Allard Sellmeijer e do CEO da Cepsa Portugal, José Aramburu.

Do lado da Brisa, Manuel Melo Ramos explicou que “a rede Via Verde Electric vai assegurar uma viagem tranquila e segura, com uma oferta de carregamentos elétricos que permitam viagens de longa distância com toda a normalidade”. Já Allard Sellmeijer, da IONITY, salientou que os postos da marca permitem “longas distâncias num carro elétrico sem perder tempo de viagem” e “estão bem inseridos na infraestrutura espanhola e no resto da Europa”.

José Aramburu, da Cepsa, frisou ainda que “a transição energética representa um dos maiores desafios do nosso tempo” e o compromisso “em criar o futuro da energia, com base em energias renováveis e sustentáveis, adaptando a oferta às necessidades dos seus clientes, desenvolvendo novas formas de usar e de distribuir energia, ao serviço das pessoas, das empresas”.

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